
Review: Paris Saint-Germain 2:0 Borussia Dortmund
Como ultimamente se tornou rotina desde a saída de Jürgen Klopp, o Borussia Dortmund está eliminado da Champions League. Desta vez nas oitavas de final da competição, a equipe comandada por Lucien Favre sucumbiu diante do Paris Saint-Germain no Parc des Princes e acabou sendo derrotada por 2 a 0, com o placar agregado de 3 a 2 para o time francês.
Tal qual ocorreu nas últimas partidas, o treinador suíço manteve a base titular do esquema tático de 3-4-3. Com somente Marco Reus impossibilitado de estar entre os relacionados, Bürki foi o goleiro titular da defesa composta por Piszczek, Hummels e Zagadou. Nas alas direita e esquerda, respectivamente, Hakimi e Guerreiro seguiram como incontestáveis. Do meio campo para frente, Can e Witsel formaram a dupla mais defensiva, com Hazard, Sancho e Håland à frente.
Logo nos minutos iniciais era nítida qual seria a proposta de jogo do Dortmund: reatividade e busca pelos espaços, algo que não estamos habitualmente acostumados a ver. No entanto, como o PSG gosta de manter a posse de bola, tudo indicava que esse seria o cenário dos 180 minutos do duelo. Portanto, como na primeira partida houve um Borussia mais agressivo e dominante, o resultado esperado acabou sendo diferente.

Sofrendo com a forte pressão do time adversário, os comandados de Lucien Favre ficaram sufocados e encaixotados para realizar a saída de bola. Logo, nos primeiros 30 minutos da primeira etapa, o PSG dominou de uma forma que parecia jogo de time de primeira contra oitava divisão.
Entre as justificativas, além de méritos próprios da equipe francesa, a postura passiva de estar satisfeito com a vantagem — que nem era tão expressiva assim — do próprio Dortmund foi uma das causas para que, neste meio tempo, Neymar abrisse o placar com um gol de cabeça oriundo de um escanteio, em bela colaboração defensiva do Hakimi.
A partir daquele momento, mesmo sendo eliminado, o Borussia seguiu com a mesma estratégia de tentar atacar com poucos toques. Entretanto, como estava extremamente lento, muito por conta da forte marcação da equipe parisiense, possuir a posse de bola era um cenário de filme de terror aurinegro. Portanto, não demorou muito para que, em mais um erro de passe, o PSG encontrasse o segundo gol e praticamente matasse o jogo logo no primeiro tempo.

Na volta da segunda etapa, como de praxe, Favre optou por manter os 11 jogadores iniciais, com a manutenção do mesmo esquema tático. Ainda assim, o Borussia mudou a postura e passou a ficar mais com a bola, principalmente depois da entrada do Brandt na vaga do Hazard que, inclusive, esteve extremamente apagado e errou tudo que tentou. Com os cenários invertidos, o time alemão colocou Gio Reyna no lugar do Witsel, passando a mandar ainda mais na partida.
Contudo, as principais oportunidades ofensivas não passavam de finalizações de fora da área, que acabaram sendo a única saída para furar o ferrolho parisiense. No apagar das luzes e no desespero do Favre, Götze entrou e pouco conseguiu encostar na bola. O escolhido para ser substituído tinha que ser — e acabou sendo — Hakimi, o principal vilão na eliminação aurinegra que pouco influenciou ofensivamente, como costuma fazer, e ainda esteve muito mal na parte defensiva. E olha que a concorrência para tal encargo foi grande. Outro que esteve bem abaixo, Emre Can conseguiu ser expulso, nos minutos finais, por agredir Neymar.
Possuir mais finalizações e posse de bola não foi o suficiente para que o Dortmund conseguisse marcar um único gol no PSG, que certamente mudaria a tônica do duelo. Claro, a eliminação foi justa pelo pífio futebol apresentado na partida da volta, com Lucien Favre sendo o grande vilão por conta da drástica mudança no estilo de jogo apresentada, com mais destaque negativo, durante o primeiro tempo. Mas vale dar ênfase ao nível próximo do ridículo de todos os jogadores que estiveram em campo.

Do time titular, somente Bürki, Hummels e Sancho atuaram de forma normal. Brandt, Reyna e muito menos Götze conseguiram impactar, de alguma maneira, a sórdida performance coletiva. No geral, muito pouco para uma equipe que pretendia passar pelo time que, apesar de todas as críticas e fatos envolvendo a reputação internacional, ainda é a referência e a principal potência na França.
Englobando os aspectos positivos da eliminação, se é que eles existem, tudo indica que somente um ilusório título da Bundesliga fará com que a diretoria aurinegra repense sobre a permanência de Lucien Favre. Talvez nem uma possível classificação às quartas de final da Champions League, que era o objetivo inicial do planejamento, faria com que o treinador suíço permanecesse. Mas depois de mais uma precoce queda na principal competição da Europa, por todos os ingredientes negativos envolvidos, é possível que a “Era Favre” esteja com os dias contados a partir de hoje.
Agora com foco total na Bundesliga, o Borussia Dortmund terá pela frente o Revierderby contra o Schalke 04, em pleno Signal Iduna Park com portões fechados. O jogo acontecerá às 11h30 do próximo sábado. Considerado um título para grande parte dos torcedores aurinegros, uma possível derrota para o maior rival deve fazer com que a pressão sobre a comissão técnica do Borussia aumente consideravelmente. Ademais, a sequência pós-clássico também não será fácil, com partidas complicadíssimas contra Wolfsburg e Bayern de Munique. Sendo assim, nos resta torcer e acreditar, jogo a jogo, que o futuro pode ser melhor.