
Review: Manchester City 2:1 Borussia Dortmund
Perder nem sempre é bom resultado, exceto em casos como o desta terça-feira, na derrota do Borussia Dortmund, por 2 a 1, para o Manchester City. O confronto de ida, válido pelas quartas de final da Champions League e ocorrido no Etihad Stadium, era rondado de bastante expectativa pela probabilidade do time aurinegro sofrer uma goleada, uma vez que vem de más apresentações. No entanto, adversidades internas e externas impossibilitaram que Terzic e seus comandados flertassem com o imprevisível. O único gol do Borussia foi marcado por Reus.
Para o duelo, o Dortmund foi a campo com uma novidade importante: Knauff ganhou a prioridade em relação a Hazard, Reyna e Brandt, e começou como titular pela primeira vez. De resto, a equipe aurinegra manteve a base dos últimos meses, com Hitz no gol, Morey e Guerrieiro nas laterais direita e esquerda, respectivamente, e Akanji e Hummels na zaga. O meio-campo teve Can, Dahoud e Bellingham, responsáveis por sustentar o trio ofensivo composto por, além de Knauff, Reus e Haaland.
Inicialmente, o Borussia surpreendentemente começou atacando mais que o City e conseguia ultrapassar a primeira linha adversária com enorme facilidade. Além disso, os aurinegros estavam tendo êxito em atacar os espaços das costas do meio-campo oponente e passaram a chegar com perigo. Contudo, bastou um único erro ocasionado por Can para que o City abrisse o placar no primeiro ataque mais elaborado e praticamente jogou um balde de água fria no Dortmund, que era melhor no jogo.

A partir da inferioridade no placar, o time aurinegro continuou com a mesma postura vertical de reagir diante da recuperação da posse de bola e não abriu mão da organização defensiva, ainda que seguisse cometendo falhas individuais com frequência. O Dortmund, inclusive, chegou a igualar o marcador com Bellingham, mas a arbitragem erroneamente estabeleceu uma falta inexistente no lance e impediu que o cenário da partida mudasse por completo.
Terminado o primeiro tempo na desvantagem, o Dortmund voltou para os 45 minutos finais sem maiores mudanças e sabendo que precisava de um único gol para seguir vivo na disputa. Para tal, Reyna entrou no lugar de Knauff, e tampouco impactou como imaginado. Em seguida, Terzic promoveu as entradas de Delaney e Meunier nas respectivas vagas de Dahoud e Morey para que fizesse com que o Borussia se desvencilhasse do domínio adversário.
Curiosamente, no pior momento vivido pelo Dortmund no jogo, Bellingham conseguiu escapar e encontrou Haaland, que deu uma assistência de raríssima qualidade para que Reus colocasse a bola no fundo das redes e igualasse a contagem faltando pouco tempo para o término da partida. Ainda assim, nada está garantido quando Meunier está em campo. E bastaram cerca de oito minutos em campo para que o lateral-direito falhasse e permitisse que o City fizesse 2 a 1 nas proximidades do estouro do cronômetro.

Dadas as devidas proporções, perder de 2 a 1 para o líder da Premier League — considerado um dos melhores times do mundo — e com gol qualificado está longe de ser o fim dos mundos. E esse talvez seja o maior dos problemas até a realização do jogo de volta, às 16h (horário de Brasília) da próxima quarta-feira, no Signal Iduna Park. Acreditar que o Borussia pode se classificar é um sonho válido e real, mas é preciso ter noção de quem estamos falando.
A derrota inicial deixou um gosto de que o Dortmund podia mais. Consequentemente, há uma maior expectativa de que conquiste um resultado positivo jogando dentro de casa. Embora eu e a torcida do Flamengo saibamos que será uma missão teoricamente impossível, acreditar no improvável é a nossa marca registrada, com a única esperança de que Haaland esteja em dia de Tom Cruise.
Antes de mais nada, o Borussia Dortmund tem compromisso pela Bundesliga. O clube aurinegro enfrentará o Stuttgart, às 13h30 deste sábado, na Mercedes-Benz Arena, e precisará estar em dia com o sentimento de vingança para alcançar a vitória.