
Review: Köln 1:3 Borussia Dortmund
Abrindo a segunda rodada da Bundesliga, o Borussia Dortmund passou pelo seu primeiro apuro na temporada 2019-2020. Controlado pelo Köln, o time aurinegro teve dificuldades na primeira etapa, saiu atrás no placar, mas virou a partida no segundo tempo e venceu por 3 a 1. Os gols do Borussia foram marcados por Jadon Sancho, Achraf Hakimi e Paco Alcácer.
Recuperado de lesão, Roman Bürki retomou a condição de titular, devolvendo Marwin Hitz ao banco de reservas. O goleiro foi a única novidade no time em relação ao primeiro compromisso da temporada – mas não teve uma noite brilhante. O próprio Bürki admitiu após a partida que sentiu falta do ritmo de jogo e essa deficiência foi perceptível, tanto na saída de bola, quanto em lances mais simples. Felizmente a partida ruim não teve reflexos no placar, mas foi perceptível o nível abaixo do habitual.
O treinador do Köln, Achim Beierlorzer, soube deter o Dortmund com uma estratégia simples, porém muito eficiente. Recuado, o Köln se posicionou para o contra-ataque com um 4-4-2 clássico, com meio-campistas físicos, dois pontas agudos e uma dupla de ataque capaz de disputar bolas longas e vencer os duelos contra Akanji e Hummels. Pelo lado do Borussia Dortmund, pouca criatividade e um time fora de frequência, visivelmente desconectado da partida e sujeitos aos golpes do adversário.

Durante o primeiro tempo, Jhon Córdoba e Anthony Modeste foram sinônimo de perigo. Por mais que o Köln tenha adotado uma postura recuada, sempre atrás da linha da bola e inibindo os espaços do Borussia, os lançamentos e contra-ataques foram o suficiente para dominar o Dortmund, que teve a posse da bola, mas não o controle da partida. Modeste manteve Hummels ocupado, enquanto Córdoba reteve a bola no setor ofensivo e foi responsável por conduzir todas as chances de gol do time, proporcionando um dos piores 45 minutos de Akanji com a camisa do Borussia desde que foi contratado.
O gol saiu em um lance de bola parada, onde Dominick Drexler aproveitou sobra na pequena área para abrir o marcador, mas poderia ter saído em diversas escapadas de Córdoba, aproveitando a letargia de Piszczek, ou da dupla Ehizibue e Schindler, que sufocou Schulz no lado direito do ataque Effzeh. No primeiro tempo o Borussia Dortmund voltou a exibir a posse de bola passiva dos tropeços que custaram o título na temporada passada e deixou uma mensagem preocupante até o apito que decretou o final da primeira da etapa.
Lucien Favre não mexeu no time para o segundo tempo e errou. A paciência do técnico e confiança no elenco são marcas importantes, mas se transformam em conivência nas atuações ruins – agora o time tem elenco e opções para não ficar mais refém dos mesmos artifícios. O Borussia Dortmund voltou para a partida, porém, com uma alteração do Köln: Beierlorzer tirou Córdoba, colocou Terodde e errou. Sem um atacante capaz de prender a bola, os donos da casa ficaram ainda mais sufocados pela posse do Borussia e sem levar perigo nos contragolpes.

A partida do Dortmund mudou quando Favre fez as mudanças necessárias ao sacar Nico Schulz, em uma noite apagada, e Julian Weigl, que pela primeira vez em um confronto mais físico da temporada e com mais responsabilidade ofensiva demonstrou que talvez não seja o tipo de jogador para esse tipo de partida. Na lateral entrou Hakimi, que ainda não sabemos se é bom, ou se é ruim – até agora é bom demais para ser reserva, mas não é bom o suficiente para ser titular. Mais ofensivo, melhorou o lado esquerdo. E no meio-campo a entrada de Julian Brandt foi providencial, mudando a formação tática, mantendo Witsel fixo e acrescentando uma criatividade na condução pelo centro que tem faltado a Marco Reus.
Sancho empatou em chute cruzado após um lampejo de Hazard aproveitando uma cobrança curta de escanteio. Thorgan, por sinal, foi um dos mais ativos do Borussia e tem demonstrado regularidade, algo importante na corrida pela vaga no time titular. O segundo gol partiu de um avanço de Piszczek até a linha de fundo e uma presença surpresa (mas nem tanto) de Hakimi na área para ganhar no alto e testar firme para o gol. Nos acréscimos, Sancho engatou contra-ataque em campo aberto e passou para Paco Alcácer completar a contagem.
Brandt mudou o Dortmund porque, contra um Köln acuado, proporcionou objetividade e uma dinâmica ofensiva que muitas vezes falta ao time. Como dito acima, o Borussia peca pelo excesso de paciência e muitas vezes a composição de uma saída de bola com Witsel, Weigl ou Delaney acentua o problema por conta das próprias características dos jogadores, que não são necessariamente um defeito, mas se tornam um problema. Jules como opção mais ofensiva é importante e deve ser mais utilizada durante a temporada.

Da mesma forma que Favre acertou o Dortmund com a entrada de Brandt e mudança de formação, o Köln se desacertou, primeiro com a saída de Córdoba, depois com a troca de Modeste, centroavante, por Höger, volante, quando a partida ainda estava empatada. Ao invés de aproveitar o que deu certo, o time se retraiu e permitiu que o Borussia Dortmund construísse um placar que não condiz com as oportunidades criadas ao longo dos 90 minutos.
Mais duas notas altas para concluir a análise: Mats Hummels tem sido o melhor do sistema defensivo. É muito claro o aumento do nível técnico que proporciona com bola e a segurança que traz ao time quando é atacado, mesmo em noites mais instáveis como a desta sexta-feira. Outro que segue impressionando é Paco Alcácer, que somou mais um gol para sua contagem e novamente exibiu uma forma física muito, mas muito superior a da última temporada. Vê-lo desarmando na lateral nos acréscimos do segundo tempo é uma cena, digamos, ainda surpreendente.
O Borussia Dortmund encerra a agenda de agosto mais uma vez atuando fora de casa, desta vez em Berlim, contra o Union Berlin no Stadion An der Alten Försterei. A partida ocorre no próximo sábado, às 13h30.