
Review: Hertha Berlin 1:2 Borussia Dortmund
Um tanto quanto diferente em relação aos últimos jogos, o Borussia Dortmund precisou ser forte defensivamente para conseguir derrotar o Hertha Berlin no Olympstadion. Em tempos distintos, sendo dominante no primeiro e defensivo no segundo, os comandados de Lucien Favre venceram pelo placar de 2 a 1 com gols de Jadon Sancho e Julian Brandt, respectivamente.
Sem os lesionados Weigl, Delaney, Bruun Larsen e Paco Alcácer, o fatídico treinador aurinegro, que pouco utiliza o rodízio de um farto elenco, foi obrigado a realizar mudanças na equipe titular. Por exemplo, Akanji e Zagadou formaram a linha defensiva ao lado de Hummels, com Guerreiro e Hakimi nas alas esquerda e direita, respectivamente. No meio, somente Witsel como propriamente um meio-campista combativo, visto que Brandt foi o encarregado de atuar ao seu lado. E na frente, Sancho, Hazard e Reus formaram um fluído trio de ataque.
No entanto, a principal razão por trás de todas essas mudanças foi a necessidade de alterar taticamente a equipe. Historicamente preso ao habitual esquema de 4-2-3-1, Favre parece que entendeu a saturação do mesmo e resolveu apostar em uma espécie de 3-4-3 pela primeira vez na temporada. Assim, o Dortmund mandou nas ações ofensivas no primeiro tempo, especialmente nos 20 minutos iniciais. Com dois gols num intervalo de 104 segundos, a equipe aurinegra parecia que iria vencer com tranquilidade. Mas, se tratando de Borussia Dortmund, as palavras “facilidade” e “vitória” não podem estar na mesma frase.

Além disso, se não tomar um gol espírita, não é Borussia Dortmund. Portanto, o Hertha conseguiu encontrar um gol ainda no primeiro tempo e engrossou um jogo que, na teoria, poderia ser muito mais tranquilo. Para piorar, Hummels, que já possuía cartão amarelo, fez uma falta que renderia uma chance clara para o adversário e acabou expulso. Pronto, era o cenário perfeito para o caos aurinegro que tanto já nos acostumamos (eu, pelo menos) a ver nos últimos anos.
Como o esquema envolvia uma linha de três zagueiros, com a expulsão, Favre decidiu não efetuar mudanças e definiu duas linhas de quatro e somente Reus isolado na frente. Pois bem, a equipe que antes dominava, passou a ser dominada justamente por possuir um jogador a menos em campo. O único desafogo (pra variar) passou a ser as diversas arrancadas de Hakimi no corredor direito, que contou com a ajuda de Hazard em uma noite inspirada do ponto de vista tático/defensivo.
Coletivamente, vale destacar o esforço defensivo e físico da equipe. Julian Brandt, que ao meu ver foi o melhor em campo junto com Zagadou, dominou o meio-campo jogando quase que ao lado do Witsel como propriamente um volante de marcação. Contudo, era nítido a liberdade que tinha para arrancar e desafogar o Dortmund na saída de bola, carregando ou realizando o famoso “passe que quebra linhas”. Depois da atuação de hoje, independentemente de qual for sua posição ou função realizada em campo, Brandt não pode ser reserva em hipótese alguma.

Com a vitória, tudo indica que Lucien Favre ganhou fôlego com a diretoria aurinegra e permanecerá ao menos até a parada de inverno. Além do mais, a maior esperança na sequência do trabalho do atual treinador envolve a consolidação do novo esquema, que trouxe um respiro positivo para todos os lados em questão. É claro que não dá para julgar por somente uma partida, mas pela entrega demonstrada no Olympstadion, acho difícil a veracidade da teoria envolvendo um possível boicote dos jogadores ao Favre.
Visando o futuro, a vitória proporciona que o Dortmund continue olhando para cima, muito por conta da distância em relação aos primeiros colocados não ser significativa. Porém, o grande empecilho em questão é o próprio time, que precisa atuar com a mesma determinação, concentração e vontade, principalmente defensiva, como fez contra o Hertha. Além disso, a sequência dos próximos jogos até o fim do ano — excluindo os dois últimos — é animadora: Fortuna Düsseldorf, Slavia Praga, Mainz 05, RB Leipzig e Hoffenheim. Momento ideal para sabermos se a ‘Era Favre’ seguirá viva ou irá para o buraco.