
Review: Fortuna Düsseldorf 0:1 Borussia Dortmund
Fortes emoções: assim pode ser resumido o Borussia Dortmund neste sábado. Com direito a erro de arbitragem e gol no último minuto da partida, a equipe de Lucien Favre sofreu para derrotar o Fortuna Düsseldorf, em plena Merkur Spiel-Arena, pelo simples placar de 1 a 0. O único tento da vitória aurinegra foi marcado por Håland.
Além dos ainda lesionados Reus, Dahoud e Zagadou, o Dortmund não pôde contar com Delaney, que sofreu uma lesão muscular durante a semana, e Götze, submetido a um novo isolamento por ter ido ao hospital para o nascimento do filho. Por outro lado, Hummels e Håland foram relacionados, mas somente o zagueiro foi escalado entre os titulares.
Sendo assim, com Bürki no gol, o trio defensivo seguiu sendo formado por Piszczek, Hummels e Akanji. Nas respectivas alas direita e esquerda, Hakimi e Guerreiro seguiram como incontestáveis. A dupla de meio-campo mais defensiva envolveu Can e Witsel, encarregados de municiar o trio ofensivo composto por Brandt, Hazard e Sancho.

Sem muita inspiração, o Dortmund fez um primeiro tempo digno de um filme de terror. Não produziu ofensivamente e tampouco trocou passes com efetividade, principalmente do meio-campo para frente. Ou seja, possuía a posse da bola na maioria do tempo, mas não ameaçava o Düsseldorf, que decidiu optar por uma postura defensiva, algo natural até aqui, e abdicou de jogar para unicamente apostar nos erros da equipe aurinegra.
Por incrível que pareça, as melhoras oportunidades do Borussia, em gerar um bom ataque, era justamente quando havia um escanteio para a equipe adversária. E foi assim que Hakimi perdeu uma chance claríssima de abrir o placar, onde teve espaço suficiente para pensar o que fazer e conseguiu finalizar em cima do goleiro rival. A partir disso, os comandados de Favre não criaram espaços suficientes e acabaram encaixotados pela forte e efetiva marcação do Düsseldorf.
De uma forma resumida, o primeiro tempo aurinegro — e geral — foi horrível. O trio defensivo não encontrou boas opções de passes verticais, os meio-campistas mais defensivos focaram em desacelerar ao invés de acelerar o jogo, e os meias-atacantes não obtiveram oportunidades e espaços para existir a possibilidade de chegar ao gol adversário. Aliás, escalar Brandt mais avançado já provou ser uma escolha errônea e que acaba prejudicando diretamente no funcionamento coletivo do Dortmund.

Do mesmo modo, o início da segunda etapa seguiu a mesma linha dos 45 minutos iniciais, muito por conta de Favre não ter realizado mudanças de jogadores mesmo com o direito de realizar até cinco substituições. Inclusive, a emenda ficou pior que o soneto: o Borussia, que já não conseguia ao menos finalizar, passou a ceder mais espaços ao Düsseldorf e o roteiro da partida começou a tomar rumos preocupantes.
Quando percebeu que não havia outra escolha a ser tomada, o “treineiro” suíço decidiu colocar Håland no lugar de Witsel e recuar Brandt para atuar como propriamente um meio-campista, função que também consegue desempenhar com enorme familiaridade. Portanto, ainda que Håland não tenha conseguido impactar diretamente, o Dortmund evoluiu do ponto de vista ofensivo. Em uma bola brigada justamente pelo centroavante norueguês, Guerreiro concluiu com enorme perfeição dentro da área e fez 1 a 0 para a equipe aurinegra.
No entanto, a arbitragem alemã — mais precisamente os responsáveis pelo VAR — conseguiu a enorme proeza de anular erroneamente o que seria o primeiro gol aurinegro na partida e manteve a sequência de quatro partidas prejudicando diretamente o Borussia. A justificativa envolveu um toque no braço de Guerreiro, sendo que a imagem deixa bem claro que, além do braço estar no corpo, a bola bate no ombro do jogador.

Com a entrada de Reyna no lugar de Hazard que, por sinal, fez uma péssima partida, o Dortmund manteve a premissa de tentar furar o forte bloqueio defensivo do Düsseldorf, mas continuou esbarrando nos próprios erros. No desespero, o time aurinegro se mandou para o ataque e sofreu três contra-ataques que só não geraram gols porque algo de sobrenatural não permitiu. No caso, além de duas bolas na trave, Bürki também fez uma defesa que acabou sendo crucial para evitar que o pior acontecesse.
Surpreendentemente, a aposta em Hummels de centroavante e nos excessivos cruzamentos surtiram efeito. Em uma cabeçada de quem conhece a posição, Håland pôde ser decisivo mais uma vez e deu a vitória ao Dortmund no último minuto do duelo, com inúmeros tons de dramaticidade e fortes emoções.
No geral, a equipe comandada por Favre jogou extremamente mal e vem de uma sequência ruins de performances, como no primeiro tempo contra o Paderborn e nos 90 minutos contra o Hertha Berlin. Por outro lado, embora tenha sido prejudicada pela arbitragem, venceu por pura qualidade técnica de um dos principais atacantes do momento no mundo e demonstrou certa valentia.

Justa ou não, a conquista dos três pontos é importantíssima para a luta pela segunda colocação da Bundesliga. Em final de temporada e provavelmente de trabalho por parte de Favre, o mais importante neste momento é vencer o maior número de jogos possíveis independentemente de convencer com boas atuações. Ainda assim, é uma oportunidade de ouro para que exista um rodízio de jogadores, principalmente para que, por exemplo, Morey e Raschl tenham mais tempo de provar que podem ser úteis no elenco da próxima temporada.
De resto, a próxima partida ocorrerá às 15h30 do próxima quarta-feira, pela Bundesliga, quando o Borussia irá receber o Marinz 05 no Signal Iduna Park. O duelo será o divisor de águas para que a equipe aurinegra consiga chegar viva até a rodada seguinte, no jogo contra o RB Leipzig, que deve valer o título de consolo pela segunda colocação da competição.