
Review: Borussia Dortmund 4:0 Bayer Leverkusen
Como se tornou protocolar nos últimos anos, o Borussia Dortmund venceu sem muito esforço o Bayer Leverkusen no Signal Iduna Park pelo placar de 4 a 0. Os gols da partida foram marcados por Paco Alcácer, Raphaël Guerreiro e Marco Reus, que balançou as redes duas vezes e chegou a três gols na temporada 2019-2020 da Bundesliga.
Com a impossibilidade de ter os titulare das laterais em campo, Achraf Hakimi assumiu a posição na direita e Guerreiro na esquerda. Ambos conseguiram desempenhar um ótimo papel dentro de campo, influenciando tanto ofensiva, quanto defensivamente. No meio-campo, Thomas Delaney retornou e foi o melhor em campo. O quarteto ofensivo, por sua vez, foi – como conjunto – o que há de melhor no momento, com Brandt na esquerda, Reus centralizado, Sancho na direita e Paco no comando de ataque.
Logo no começo da partida era nítida qual seria a tônica do jogo. Os comandados de Peter Bosz realizando forte pressão na saída de bola aurinegra, utilizando bastante do recurso de perde-pressiona. Com isso, as dificuldades do Dortmund eram tão grandes que a equipe não conseguia espaço para trocar mais de três passes em sequência. Por outro lado, o Leverkusen conseguia, mas, na maioria das vezes, oferecendo muito pouco perigo, com uma posse de bola paciente e pouco agressiva.

Tanto é verdade que os primeiros 20 minutos foram de inúmeros passes errados das duas equipes, muito por conta da forte marcação que ambos os lados desempenharam. Assim, o jogo ficou truncado e sem muita progressão ofensiva. Do lado do Borussia, Jadon Sancho e Julian Brandt, que fez sua pior partida com a camisa aurinegra, estiveram encaixotados nas extremidades do campo e foram completamente anulados.
No entanto, quem levou mais perigo no primeiro tempo foi quem menos tinha a posse de bola: o próprio Dortmund. E foi assim que abriu o placar. Inspirado, Achraf Hakimi roubou a bola num momento em que a defesa do Leverkusen estava despreparada e acertou um belo cruzamento para Paco Alcácer “somente” empurrar.
A partir disso, o Borussia, que já havia desperdiçado uma boa oportunidade com a dupla da Seleção Alemã, Reus e Brandt, passou a encontrar mais espaço no campo ofensivo com toques rápidos e extrema verticalidade. Por mais que tenha passado a maior parte do primeiro tempo com a bola, o Leverkusen pouco conseguiu criar pela eficiência da dupla Delaney-Witsel, além da dominância defensiva por parte das laterais, e teve sorte ao sair com somente um gol sofrido no primeiro tempo.

Seguindo o mesmo enredo, o segundo tempo foi ainda pior para o time de Peter Bosz, que, por sinal, continua com o mesmo estilo da posse de bola estéril. Assim, eram mais passes horizontais do que verticais. Curiosamente, o contrário do Dortmund de Lucien Favre, que prezou pela reatividade e manteve a marcação com duas linhas de quatro e a dupla Alcácer-Reus dando o primeiro combate.
Então, aos cinco minutos da segunda etapa, Manuel Akanji esticou uma bola e encontrou, talvez na sorte, Sancho livre de marcação e com campo para progredir, que logo rolou a bola para o meio da área e, num belo corta-luz de Alcácer, Reus finalizou no canto da meta de Hradecky. Praticamente com o jogo na mão, a partir daí o Borussia soube controlar confortavelmente e neutralizou praticamente todas as jogadas ofensivas do Leverkusen.
Depois disso, Favre mexeu no time e tirou Brandt – até com certa demora – para dar entrada a Thorgan Hazard, que conseguiu entregar mais ofensivamente do que o alemão. Alguns bons minutos em seguida, Witsel e Paco Alcácer, provavelmente levando em conta o jogo contra o Barcelona pela Champions League, foram substituídos por Julian Weigl e Bruun Larsen, respectivamente. Assim, em mais dois rápidos contra-ataques, Guerreiro e Reus fizeram mais dois e fecharam o placar.

Englobando o momento da equipe, a tabela e o próximo jogo, a goleada deve recuperar a moral semiperdida após a queda vexatória para o Union Berlin. Contudo, o Dortmund pouco precisou se esforçar para vencer um frágil Leverkusen, que conseguiu o incrível feito de sair com quase 70% de posse de bola, somente dois chutes na meta de Roman Bürki e quatro gols sofridos. Claro, a eficácia ofensiva por parte do ataque aurinegro também deve ser levada em conta.
O que fica de aprendizado é a maneira vertical em que Lucien Favre conseguiu emplacar na equipe, recuperando o DNA, com devidas proporções, da equipe de Jürgen Klopp. Porém, nem tudo são flores e há muitos erros que precisam ser corrigidos, incluindo quando é necessário propor o jogo (geralmente contra times inferiores tecnicamente) e a equipe fica igual um “peru tonto” rodando a bola de um lado pro outro sem saber o que fazer.
De qualquer maneira, deve ser elogiado a postura defensiva da primeira linha com Hakimi, Akanji, Hummels e Guerreiro. Inclusive, na minha opinião, esses devem ser os titulares até mesmo quando Schulz e Piszczek retornarem. Do mesmo modo, Delaney não pode ser reserva e Brandt precisa atuar mais centralizado, talvez ao lado ou na posição do Reus, que conseguiu sua melhor atuação na temporada. Além do mais, Paco Alcácer continua somando gols e esperemos que mantenha o nível no jogo contra o Barcelona, que será válido pela Champions League e acontecerá no Signa lduna Park às 16h da próxima terça-feira.