
Review: Borussia Dortmund 2:1 Paris Saint-Germain
Na primeira partida das oitavas de final da Champions League, o Borussia Dortmund esteve em seus melhores dias e derrotou o Paris Saint-Germain por 2 a 1 em pleno Signal Iduna Park. Competitivo ao extremo, a equipe de Lucien Favre fez valer o mando de casa e alcançou uma das melhores performances nesta temporada, ainda que o resultado omita, de certa forma, o que foi a partida. Os dois gols aurinegros foram marcados, para variar um pouco, por Erling Håland.
Como era esperado, o Borussia foi a campo com exatamente o mesmo time titular da vitória, por 4 a 0, sobre o Eintracht Frankfurt, pela Bundesliga. Com Brandt, Reus e Delaney ainda lesionados, o esquema tático de 3-4-3 seguiu sendo composto por, inicialmente, Roman Bürki no gol e Zagadou, Hummels e Piszczek — que, pelo visto, ganhou a vaga de Manuel Akanji — na linha defensiva, além de Hakimi e Guerreiro nas alas direita e esquerda, respectivamente. Witsel e Can continuaram sendo a dupla de meio-campistas, com Sancho, Hazard e Håland compondo o trio ofensivo.
Com uma diferente atmosfera no estádio, mesmo no início da partida, era perceptível o nível de concentração e de noção do plano de jogo proposto pela equipe aurinegra. Sem gerar espaços ao PSG, o Borussia controlava as ações e conseguia criar alternativas na saída de bola que geravam superioridade numérica nos avanços ofensivos. Sendo assim, os comandados de Lucien Favre conseguiam gerar utilidade na posse de bola e, ao mesmo tempo, continuar compacto defensivamente.

Tanto Mbappé quanto Neymar ficaram encaixotados na forte marcação aurinegra, o que acabou neutralizando basicamente todas as jogadas ofensivas do PSG. Em várias ocasiões, Piszczek, o zagueiro pela direita, chegou a acompanhar individualmente a estrela brasileira, com o auxílio de Witsel e Can, que dominaram o meio-campo na primeira etapa e ganharam a maioria dos duelos. Além disso, mais móvel do que nas últimas partidas, Sancho atuou como um meia-armador e teve liberdade suficiente para ser o cérebro das ações ofensivas.
Ainda que não tenha tido chances claras de gol, e com menos posse de bola, o Borussia dominou o primeiro tempo por completo. Fora uma finalização perigosa em uma bola parada, o PSG tampouco conseguiu finalizar na meta de Roman Bürki. Isto posto, o time aurinegro apostou nas transições com o trio ofensivo e, se não fosse pelas inúmeras tomadas de decisões erradas no denominado “último passe”, o placar teria sido aberto com enorme facilidade.
No segundo tempo, a expectativa era que a equipe adversária mudasse algo e o domínio aurinegro fosse dificultado. No entanto, embora o ritmo dos comandados de Lucien Favre tenha diminuído de forma natural, visto que nenhum time no mundo consegue manter a intensidade durante os 90 minutos, o Borussia seguiu firme e, no limite do possível, conseguiu dar o mínimo de possibilidades ofensivas ao PSG.
Em uma substituição natural para os padrões de Bundesliga, mas totalmente arriscada para Champions League, Thorgan Hazard saiu para a entrada de Giovanni Reyna, um jovem de 17 anos que poderia sentir o peso do jogo. Contudo, não foi bem isso que aconteceu e, dois minutos depois, Erling Håland abriu o placar no puro oportunismo e senso de posicionamento dentro da área. No caso, o norueguês de 19 anos é o centroavante com maior capacidade de decidir jogos e mais letal, desde Robert Lewandowski, a vestir a camisa aurinegra nos últimos tempos.

Com o jogo controlado e um a zero no placar, o resultado era justo e ideal para as pretensões do Borussia no confronto. Porém, em uma inacreditável bobeira de Zagadou, o PSG encontrou um gol que mudou completamente o panorama das partidas, incluindo o duelo da volta. Não era novidade para ninguém que o time alemão precisava estar no auge da concentração para segurar um ataque com Neymar, Mbappé e companhia limitada. E até estava, mas esbarrou na falta de qualidade técnica defensiva.
De maneira surpreendente, o empate durou pouco. Em um passe “que rompe linhas” de Hummels, marca registrada do zagueiro alemão, Reyna encontrou Håland na medida, que finalizou de forma sobrenatural e indefensável para qualquer goleiro no mundo. A partir disso, o time parisiense até conseguiu pressionar o Dortmund — que chegou a colocar Schmelzer na vaga de Sancho já nos últimos minutos —, mas não foi suficiente para deixar de sair derrotado do Signal Iduna Park.
No geral, assim como citamos no nosso fio da partida publicado no Twitter, atuação deu gosto de ver e certificou a existência do Borussia Dortmund no cenário europeu. Claro, nada está definido e as chances, que já eram pequenas antes desta partida, continuam da mesma maneira pela força que o time adversário possui ao atuar dentro de casa. Entretanto, agora a pressão está ainda mais do lado deles e, se o Dortmund souber usar isso a favor, poderá surpreender mais uma vez.
O Borussia Dortmund volta a campo, pela Bundesliga, contra o Werder Bremen no Weserstadion. A partida ocorre no próximo sábado, às 11h30.