
Review: Borussia Dortmund 1:5 Stuttgart
Sim, você não leu errado: o Borussia Dortmund acabou derrotado pelo Stuttgart, pelo placar de 5 a 1, em pleno Signal Iduna Park. O vexame representa a terceira maior derrota da história do Borussia Dortmund, em casa, na Bundesliga. A título de contextualização, o único gol aurinegro foi marcado por Reyna. Sem mais delongas, Lucien Favre precisa ser cobrado diretamente pelo resultado, que representa muito mais do que simplesmente deixar de ganhar três pontos.
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A escalação para o confronto deste sábado não trouxe surpresas. Bürki foi o goleiro e Can, Hummels e Akanji formaram a zaga, com Guerreiro e Morey como alas esquerdo e direito, respectivamente. Witsel e Bellingham foram os meio-campistas e Reyna, Sancho e Reus encorparam o setor ofensivo.
Logo de cara, a tônica da partida pode ser resumida no início do duelo: Stuttgart marcando pressão e o Dortmund encaixotado, sem apresentar alternativas para furar a forte marcação sofrida na sua própria saída de bola. Além disso, a equipe aurinegra tampouco conseguia espaço para desafogar ofensivamente. Tanto é verdade que, em 15 minutos de jogo, o Stuttgart tinha cinco finalizações, enquanto o Borussia nem tinha conseguido chegar na área adversária.

Diante desse cenário, o Stuttgart conseguiu um pênalti por méritos de uma equipe já merecia ter saído na frente do placar, mas contou com a bela ajuda de Can. Como Bürki jamais defendeu um pênalti na Bundesliga, os suábios fizeram 1 a 0 e, mesmo com a vantagem na contagem, seguiu em cima e teve mais oportunidades de ampliar o marcador. No entanto, a partir de um lance completamente achado e sem merecer, o Borussia empatou a partida com um belo lançamento de Guerreiro para Reyna, que finalizou com enorme categoria e fez com os comandados de Favre fossem para o vestiário no lucro.
Na segunda etapa, a ducha de água fria caiu quando Bellingham e Guerreiro erraram uma saída de bola e deram a chance do Stuttgart voltar a liderar o placar — algo que obviamente aconteceu. E daí em diante, tudo começou a desmoronar. Não há análise que possa ser feita da forma como o Borussia estava se comportando em campo: espaçado, abatido, sem agressividade e estagnado nas transições tanto ofensivas quanto defensivas.
Depois de Reinier entrar na vaga de Can, o Stuttgart marcou dois gols em um curto espaço de tempo de três minutos. Ou seja, o time adversário acumulou quatro gols com enorme facilidade e aparentava que, se forçasse um pouco mais, poderia continuar balançando as redes aurinegras. Atordoado, Favre realizou mexidas que não fizeram sentido e muito menos renderam qualquer tipo de resultado. No caso, saíram Bellingham, Guerreiro, Akanji e Sancho para as respectivas entradas de Schulz, Moukoko, Zagadou e Brandt. Por fim, ainda deu tempo do Stuttgart marcar o quinto gol por meio de um simples contra-ataque.

Sem desmerecer o ótimo trabalho do Stuttgart, nem o mais pessimista torcedor aurinegro esperava tomar de cinco da respectiva equipe em Dortmund. A derrota surpreendente e desconcertante representa o fim, oficial ou não, de Lucien Favre no Borussia. No geral, há um clima insustentável ao redor do treinador, que chegou ao limite e precisa ser demitido antes do término de seu contrato, previsto para acontecer em junho de 2021.
Antes de julgar problemas individuais, como a má fase de Sancho e o inacreditável nível apresentado por Reus, o maior problema do Dortmund, hoje, é coletivo e de estrutura. Com um cenário que parece óbvio, Favre deixará o clube refém das suas próprias teimosias e convicções de que não conseguiu emplacar novidades suficientes para dar um novo ar de esperança nas expectativas aurinegras desta e de outras temporadas.
É no Brasil, na Alemanha e no mundo: Favre não tem mais condições de continuar no Borussia Dortmund e precisa deixar o comando do time antes que seja tarde demais. Por incrível que pareça, embora sejam dois jogos durante a próxima semana, a hora de mudar é agora. Nesta terça-feira, o Borussia enfrenta o Werder Bremen, às 16h30 (horário de Brasília), no Weserstadion. Em seguida, também visita o Union Berlin, no mesmo horário, no An der Alten Försterei.