
Review: Borussia Dortmund 1:0 Borussia Mönchengladbach
Atuando no Signal Iduna Park, o Borussia Dortmund se reencontrou com a torcida após a pausa da data FIFA e também fez as pazes com a vitória. Mesmo tendo dois gols anulados e atuando contra o líder da Bundesliga, o time aurinegro venceu o Borussia Mönchengladbach por 1 a 0 com um gol solitário de Marco Reus.
Parte por oportunidade, parte por necessidade, Lucien Favre fez mudanças na linha de defesa da equipe, que vinha causando problemas nas últimas partidas. Weigl ganhou um lugar no miolo de zaga ao lado de Hummels, com Akanji sendo deslocado para a lateral-direita e Nico Schulz, recuperado de lesão, retomando a titularidade na esquerda. As mudanças, somadas as presenças de Hakimi e Hazard nos lados do meio-campo, tinham como objetivo claro deter os avanços de Lainer e Wendt, laterais do Mönchengladbach.
A medida deu certo? Em partes. É fato que as mudanças naturalmente melhoraram a recomposição defensiva, mas por motivos óbvios: Akanji é melhor fisicamente do que o veterano Piszczek, e defende mais do que Hakimi. Por outro lado, Nico Schulz também é um defensor mais apto do que Guerreiro. O que não significa que tenham feito uma partida brilhante, mesmo porque, se não fosse Bürki – mais uma vez – o Dortmund teria sucumbido. Ponto positivo para a dupla formada por Weigl e Hummels; Julian parece um parceiro que complementa melhor Mats, dada a recente lentidão de Akanji e problemas de concentração. Acredito que é uma dupla que merece ser efetivada, pelo menos nos próximos compromissos.

O Borussia Mönchengladbach ofereceu perigo e foi um adversário digno da liderança da Bundesliga. Especialmente no primeiro tempo, os Föhlen souberam explorar a defesa do Dortmund com oportunismo. Na etapa final, porém, faltou organização, o Dortmund conseguiu se posicionar melhor e o perigo se reservou apenas para o já costumeiro fim de partida covarde do Borussia Dortmund, que como de praxe se apequenou e recuou todas as linhas.
Ofensivamente o Dortmund não contou com Paco Alcácer, nem com Mario Götze, e ainda tinha Jadon Sancho suspenso, tendo que investir na dupla Marco Reus e Julian Brandt. Quem assumiu a maior responsabilidade, mais uma vez, foi Thorgan Hazard, conduzindo todas as boas ações ofensivas da equipe. No atual momento, está para o ataque assim como Witsel está para a defesa, sendo um dos melhores termômetros do rendimento da equipe.
Na etapa inicial, o Dortmund conseguiu esboçar pressão e parou nas boas defesas do goleiro Sommer, teve um gol corretamente anulado pelo VAR e, ainda que com o equilíbrio da partida, deixou uma imagem positiva. No segundo tempo o time foi mais incisivo e abriu o placar com Reus, aproveitando passe criativo de Thorgan. Brandt ainda teve a oportunidade de ampliar o marcador, mas a arbitragem novamente interviu de modo correto para anotar impedimento. A nota negativa fica para a possível lesão de Bürki, que teve que ser substituído por Hitz na etapa final da partida.

O Borussia Dortmund conseguiu fazer uma boa partida por linhas tortas. Isso porque o adversário era um dos mais complicados do campeonato, em grande momento, e o Borussia teve desfalques importantes. A vitória, porém, não me deixa convencido de que as mudanças sejam uma solução duradoura. Favre pode ter feito os ajustes necessários para deter o M’gladbach, mas tenho profundas dúvidas em relação a vida útil dessas soluções. O fato é que o Dortmund cada vez mais se apega a um estilo de jogo amarrado e dependente de atuações individuais, o que é um desperdício das capacidades do elenco.
Em termos de Bundesliga, a vitória é providencial para correr atrás do prejuízo – este que, por sorte, não é pior por conta da também irregular campanha dos concorrentes. Com a vitória sobre um adversário direto, o empate entre RB Leipzig e Wolfsburg e o empate do Bayern de Munique contra o Augsburg, o BVB sobe para a quarta colocação em uma temporada onde apenas dois pontos separam os primeiros nove times da tabela.
O próximo confronto do Borussia Dortmund é na quarta-feira (23), contra a Internazionale em Milão, pela Champions League. É provável que Jadon Sancho retorne ao time e Lucien Favre mantenha as mudanças no setor defensivo que ajudaram a equipe a superar o Mönchengladbach.