
Review: Bayern de Munique 4:2 Borussia Dortmund
Como virou rotina nos últimos anos, o Borussia Dortmund acabou derrotado pelo Bayern de Munique, por 4 a 2, na Allianz Arena. Anteriormente no embalo de quatro vitórias consecutivas, a equipe comandada por Terzic tinha expectativas de quebrar o tabu de seis anos sem vencer o Der Klassiker em Munique, mas esteve mais longe da vitória do que aparentou, principalmente quando apresentou um fulminante início de jogo. A título de informação, os dois gols aurinegros foram marcados por Haaland.
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Diferentemente dos últimos jogos, Terzic decidiu modificar o Borussia especificamente para o confronto deste sábado. Antes em um 4-3-3, desta vez o treinador aurinegro preferiu mandar o time a campo em uma espécie de 3-4-3. Com Hitz de titular, a zaga amarela e preta contou com Zagadou, Hummels e Can. Já as alas tiveram Schulz e Meunier, dois dos piores jogadores do elenco. O meio-campo, por sua vez, foi formado por Dahoud e Delaney. E o ataque dispôs de Hazard, Reus e Haaland.
De uma forma bastante surpreendente, os dez primeiros minutos do confronto apresentados pelo Dortmund representaram um dos melhores começos da equipe aurinegra nesta temporada. Logo de cara, Haaland mostrou mais uma vez ao mundo que é capaz de tirar um gol da cartola na mais pura individualidade e deu a vantagem ao Borussia. Como já não bastava estar na frente, Dahoud realizou uma bela virada de jogo para Schulz, que colocou Hazard na linha de fundo da área adversária e, em seguida, encontrou Haaland, livre, para empurrar a bola nas redes e fazer 2 a 0.

A partir disso, grande parte da torcida aurinegra triplicou as ilusórias esperanças de que finalmente seria possível ao menos obter um bom resultado e acabar com a fama de time pipoqueiro. Bom, não foi muito bem isso que aconteceu. O Bayern triplicou o volume das ações ofensivas após ter tomado dois sustos consecutivos, pegou as rédeas da partida e alugou o campo do Borussia, que passou a colocar sua estratégia reativa — e covarde em alguns momentos, é verdade — em prática.
Por incrível que pareça, o Dortmund conseguia escapar em raros contra-ataques. E foi em uma dessas estocadas que Meunier teve a oportunidade de praticamente matar o jogo, mas, claro, desperdiçou. Como quem não faz, leva, bastou um erro individual de marcação de Schulz e um mau posicionamento do trio de zaga aurinegro para que o Bayern fizesse valer a superioridade e diminuísse a contagem. No mais tardar do primeiro tempo, Dahoud cometeu um pênalti infantil e o time bávaro igualou o marcador.
Dentro do que foram os primeiros 45 minutos, a equipe aurinegra saiu no lucro com o empate, mas deixou um sentimento de que poderia ter conseguido mais. Já na segunda etapa, no entanto, não dá pra dizer o mesmo. Exceto Haaland, o Borussia colocou todos os jogadores do meio-campo para trás e nitidamente priorizou a defesa. Afinal, estava conseguindo o que queria: um singelo ponto que, naquela ocasião, estava de bom tamanho.

No geral, deu pra contar nos dedos a quantidade de vezes em que o Dortmund passou do meio campo no segundo tempo. Mesmo após as cinco alternadas entradas de Brandt, Tigges, Morey, Bellingham e Reinier nas respectivas vagas de Hazard, Haaland, Zagadou, Delaney e Reus, Terzic e seus comandados mantiveram a premissa de defender a qualquer custo, abdicando por completo do ataque. Do jeito que dava, o Borussia até conseguiu resistir por mais tempo do que deveria, mas sucumbiu quando o Bayern, no fim, encontrou um gol em uma rebatida infeliz do (naquele momento) zagueiro Meunier.
Em choque, o time aurinegro ainda levou o quarto tento de uma maneira até natural e encerrou a fantasiosa esperança de ao menos não sair derrotado. Sejamos sinceros: a estratégia de segurar o resultado era o máximo que o Borussia podia apresentar diante de desfalques importantes, como os lesionados Sancho e Guerreiro, além da saída forçada de Haaland. Se o empate fosse concretizado, grande parte dos aurinegros estaria satisfeita com o plano de jogo implementado. Mas, como não há “se” no futebol, é possível afirmar e reafirmar que deu errado.
Na real, existia alguma perspectiva de um time composto ofensivamente pela versão atual de Brandt e pelos jovens praticamente inexperientes, Reinier e Tigges, diante da principal equipe da Alemanha e quiçá da Europa? Não. Vale pontuar, inclusive, que atualmente esse é o limite que o Dortmund pode apresentar perante equipes de maior destaque na Europa. Portanto, é covarde e irracional descartar o trabalho de Terzic e jogar no lixo uma temporada que está longe de acabar após o Borussia Dortmund sofrer mais um fracasso no Der Klassiker.

De uma vez por todas, coloquem na cabeça o seguinte: o Borussia está com a vaga às quartas de final da Champions League praticamente encaminhada, segue na luta pelo título da Copa da Alemanha e ainda disputará dez rodadas da Bundesliga em busca da terceira ou quarta colocação na competição. Uma derrota como essa não altera o longo caminho em que o clube tem a percorrer para concretizar um período pra lá de aceitável dentro do cenário que, no início, se desenhava catastrófico sob o comando de Lucien Favre.
Na próxima terça-feira, Reus e companhia limitada terão a missão de concretizar a classificação na Champions League contra o Sevilla, às 17h (horário de Brasília), no Signal Iduna Park. Depois, pela Bundesliga, o Borussia Dortmund volta a campo às 14h30 do sábado, dia 13 de março, contra o Hertha Berlin.