
Review: Augsburg 3:5 Borussia Dortmund
Após a pausa de inverno da Bundesliga, a primeira partida do ano de 2020 do Borussia Dortmund não poderia ser diferente do que nos acostumamos a ver no ano passado. No caso, a equipe comandada por Lucien Favre derrotou o Augsburg, por 5 a 3, em plena WWK Arena. Com uma atuação completamente maluca das duas partes, os gols da vitória aurinegra foram marcados por Julian Brandt, Jadon Sancho e três vezes ele, Erling Braut Håland.
No habitual esquema de 3-4-3, o Borussia manteve a base que terminou atuando na parte final do ano de 2019. Devido a lesão de Zagadou, a linha defensiva teve, além de Roman Bürki, Akanji pela esquerda, Hummels centralizado e Piszczek na direita. Os alas seguiram sendo Hakimi e Guerreiro pela direita e esquerda, respectivamente. Do meio para frente, Witsel continuou fazendo a dupla do meio-campo com Brandt. Sancho, Hazard e Reus formaram o trio ofensivo. Sem muitas novidades no time titular, o principal fato que chamou atenção foi a não convocação de Paco Alcácer para a partida. O centroavante espanhol treinou mal durante a semana, muito por conta de estar insatisfeito no clube, e deve ser negociado nos próximos dias.
Logo nos minutos iniciais, era nítido qual seria a tônica da partida: Augsburg pressionando com linhas altas o Borussia Dortmund que, por não possuir uma referência física centralizada no ataque, tentava sair jogando curto a todo instante. Sendo assim, em uma saída de bola no bom e velho estilo “trapalhões” de ser, o time adversário abriu o placar com uma bela colaboração de Piszczek e cia.

O principal cérebro do time na armação das jogadas, Brandt foi neutralizado pela forte marcação do Augsburg e pouco conseguiu influenciar na ligação entre defesa e ataque, fazendo com que o Borussia se tornasse presa fácil no primeiro tempo. Com o meio-campo encaixotado e refém de disputas físicas, algo que notavelmente são um dos pontos fracos dos 11 aurinegros iniciais, os poucos bons ataques ocorreram em lances situacionais, principalmente quando o Sancho conseguia ser acionado.
Por incrível que pareça, o saldo de apenas um gol sofrido no primeiro tempo acabou ficando barato para os comandados de Lucien Favre. Ainda que a equipe adversária não tenha criado tanto para tal, parecia que estavam em outra sintonia do aspecto físico-mental. E dessa mesma maneira, o Augsburg seguiu em cima e marcou mais um gol, em um chute de rara felicidade, nos primeiros segundos da segunda etapa.
Era o cenário catastrófico de sempre: um Borussia Dortmund atordoado, sem demonstrar qualquer indício de reação e com dois gols de desvantagem. Surpreendentemente, Brandt tirou um gol espírita da cartola e recolou a equipe aurinegra na partida. Entretanto, bastaram alguns minutos para que a esperança momentânea de um possível empate fosse por água abaixo. O terceiro gol do Augsburg foi marcado, mais uma vez, com a singela ajuda da incapacidade física de Piszczek, um ex-jogador em atividade.

Um minuto depois, veio a substituição milagrosa do “treineiro” suíço: tirou Piszczek para dar entrada à estreia de Erling Braut Håland. Além de ter trocado o pior jogador em campo pela principal arma ofensiva no banco de reservas, Favre também alterou o sistema tático da equipe, voltando para o habitual esquema de 4-3-3. Portanto, além de Hummels e Akanji na dupla de zaga, Hakimi e Guerreiro foram recuados para as laterais, com Witsel como único volante de marcação ao lado de Brandt e Reus mais centralizados à frente.
Logo, depois de praticamente três minutos, a substituição e as mudanças táticas surtiram efeito. Em um belo passe do Sancho, Håland, de uma forma como poucos são capazes de finalizar, diminuiu o placar no seu primeiro toque na bola. Em seguida, Hummels realizou um lançamento digno de Hummels e encontrou Sancho, livre, para empatar a partida com direito a drible no goleiro e tudo mais.
Seguindo a fulminante reação do Borussia, se não fosse pela incapacidade de finalização e péssima partida de Marco Reus, a virada teria acontecido alguns segundos depois do empate. Ainda assim, o time aurinegro continuou em cima e, com uma postura completamente diferente do primeiro tempo, virou a partida em mais uma jogada lançada do campo de defesa para o ataque aurinegro. Com mais uma colaboração da linha defensiva do Augsburg, Hazard, após driblar o goleiro, rolou para Håland marcar seu segundo gol na partida.

Não satisfeito com dois gols sofridos por conta de um posicionamento defensivo ridículo, a defesa do Augsburg continuou em linha, aclamando por mais um gol. E ele veio posteriormente a entrada de Giovanni Reyna no lugar do Hazard. Em um belo lançamento do Reus, vale ressaltar, Håland engatou a quinta marcha e finalizou com precisão para sacramentar a vitória aurinegra, que chega em um ótimo momento da temporada, visto que a disputa pelo título segue em aberto.
De uma forma geral, mesmo que a partida tenha tido requintes de emoção, há alguns pontos negativos e positivos que podem ser retirados para o curto e longo prazo. A começar pela titularidade de Piszczek, algo que não pode acontecer nem contra o Íbis. O lateral/zagueiro polonês vive a pior fase de sua carreira no aspecto físico e técnico, comprometendo o sistema defensivo do Borussia que já não é lá essas coisas. Além disso, Reus anda se arrastando em campo ultimamente e merece receber alguns rodízios durante o restante desta temporada, até para ser preservado e conseguir melhorar seu rendimento atual, que é pífio.
Com a chegada e recém ascensão de Håland, é nítido que o jovem centroavante não pode ser reserva. Como o antigo esquema preferido de Lucien Favre voltou a dar certo, o momento requisita que o recém habitual 3-4-3 seja colocado de lado, muito por conta de ser complicado encaixar o novo reforço nele. Então, todos os caminhos levam a crer que o “treineiro” suíço retornará ao passado visando o futuro — que até é promissor, mas precisa ser mais bem pensado se o intuito for conquistar coisas grandes.
O Borussia Dortmund volta a campo, pela Bundesliga, contra o Köln no Signal Iduna Park. A partida ocorre no próximo sábado, às 16h30.