
Quem é o zagueiro ideal que o Dortmund busca no mercado?
Segundo informações divulgadas pelo Bild na última terça-feira (28), o Borussia Dortmund definiu o perfil de zagueiro que busca nessa janela de transferências. Os pré-requisitos escolhidos para o próximo reforço da defesa são falar alemão e ser experiente na posição. Com um reforço que tenha essas características, o intuito do clube é fazer com que o contratado seja capaz de dar suporte aos jovens defensores do elenco.
Como a saída de Ömer Toprak é quase certa e Julian Weigl – caso permaneça – é visto como um meio-campista, restam quatro jogadores para o miolo de zaga aurinegro: Manuel Akanji (23 anos), Abdou Diallo (23), Leonardo Balerdi (20) e Dan-Axel Zagadou (19). A partir do momento em que a oscilação dos jovens pode ser considerada natural, a procura por alguém que consiga ser capaz de atuar com segurança e ter uma certa regularidade se torna imprescindível para o Borussia Dortmund.
A intenção do clube é compreensível pois é algo similar, inclusive, ao que acontece no setor ofensivo, mesclando a experiência aos jovens talentos, facilitando a transição. Caso siga adiante com esse plano para a zaga, o clube trabalha para corrigir um dos grandes problemas da última temporada: a inconsistência em momentos de grande pressão.
O primeiro especulado, entretanto, é uma opção controversa: Jérôme Boateng. De saída do Bayern de Munique, o experiente zagueiro foi citado em reportagem do Sport1 e encaixa em todas as exigências pedidas pelo Dortmund. Mas, como nem tudo são flores, existem alguns empecilhos em questão. Além do clube da Baviera preferir que ele saia para qualquer outro clube que não seja rival, é muito pouco provável que Boa aceite disputar posição com Akanji e Diallo; e mesmo que aceite, atualmente o zagueiro de 30 anos recebe cerca de 12 milhões de euros anuais, algo fora da realidade financeira aurinegra, ainda mais se tratando de um jogador não mais no auge técnico e que não chegaria como titular absoluto.

Saindo dos noticiários e adentrando o campo da imaginação, existem algumas opções de mercado interessantes e que atendem os critérios colocados pela diretoria do Borussia. Seguindo a linha dos alemães, surgem Shkodran Mustafi e Antonio Rüdiger, ambos de clubes ingleses e com passagem pela Nationalmannschaft. Mustafi é um nome interessante, mesmo sem possuir experiência na própria Bundesliga. Pelo momento que vive no Arsenal, deve ser tratado como negociável nesta janela de transferências. Rüdiger, por sua vez, ganhou espaço no Chelsea de Sarri e, caso escolhido, seria um alvo difícil, em especial pela punição sofrida pelos Blues, impedindo o clube de realizar novas contratações. De todo modo, em ambos os casos os atletas precisariam estar dispostos a uma considerável redução salarial para se adequar aos padrões da liga alemã.
Na história do Dortmund houveram alguns grandes defensores brasileiros, logo, são alternativas a serem, no mínimo, consideradas. Dante trabalhou com Lucien Favre no Borussia Mönchengladbach e foi levado pelo treinador para o Nice, da França. Mesmo que um dos requisitos seja ser experiente, Dante já está na casa dos 35 anos, podendo ser considerado quase uma entidade; além disso é perna de pau, então o melhor é que não seja lembrado pelo Dortmund. Marcelo é uma escolha mais realista e adequada do ponto de vista técnico. Com 32 anos de idade, o jogador do Lyon, com passagem pelo Hannover, fez uma temporada interessante e tem o perfil de um bom reserva para o BVB. Mesmo assim, não acredito que a diretoria aurinegra sequer cogite sua contratação.
Conforme se tornou praxe ultimamente, a contratação de reforços oriundos do próprio Campeonato Alemão pode mais uma vez ser a saída da diretoria. Para isso, existem algumas alternativas capazes de cumprir o papel pretendido. Voltando de empréstimo do Fulham para o Hoffenheim, Havard Nordtveit é outro que trabalhou com Favre, mas não tem nível nem para revezar na zaga aurinegra. Consolidado na Bundesliga há bastante tempo, Stefan Bell fez mais uma temporada regular com a camisa do Mainz 05 e manteve o bom nível dos últimos anos. Seguro e com experiência mais do que de sobra, o zagueiro de 27 anos é uma das boas alternativas de mercado. Existem outros bons zagueiros, como Martin Hinteregger (Eintracht Frankfurt/Augsburg), John Brooks (Wolfsburg), Benjamin Hübner e Kevin Vogt (Hoffenheim), mas, novamente, é improvável que o Dortmund faça qualquer movimento por algum destes.
Unindo o útil ao agradável, Willi Orban é a alternativa mais capacitada de todos os aspectos possíveis. Apesar de ter feito um fraco primeiro turno, muito por conta de ter sido ofuscado por Konaté e Upamecano, foi um dos melhores zagueiros da segunda metade da temporada. Há algum tempo capitão no RB Leipzig, o zagueiro de 26 anos é experiente, líder, seguro e confiável. Ademais, também se encaixa por falar fluentemente alemão. Com valor de mercado e salário altos, mas dentro do possível, dentre todos anteriormente citados, Orban deveria ser o objetivo número 1 para a defesa do Dortmund em um mundo ideal.

Antes que a torcida aurinegra se empolgue com a possibilidade da contratação de um novo zagueiro, é necessário que compreenda o lado financeiro do clube. Por se tratar nitidamente de um substituto para a função que Ömer Toprak ocupava, não haverá loucuras envolvendo salários e montantes astronômicos. Seja qual for a transação efetivada, o Dortmund busca um zagueiro para compor elenco, e não para ser titular. Isso, consequentemente, afasta alvos como Orban, e aproxima o Dortmund de algum reforço que muito possivelmente deve ser tratado com estranheza pela torcida.
É claro que a dinamicidade do mercado faz com que se torne imprevisível apostar em um nome concreto, e ainda que o clube tenha definido as características para o reforço ideal, esse alvo continua sendo subjetivo. A possibilidade de se considerar um jogador mais jovem e com certa bagagem, como Jonathan Tah e Niklas Stark, por mais que pareça hipotética, também não pode ser deixada de lado. Acredito que, inclusive, permita que o Dortmund tenha um número mais amplo de alternativas no mercado.
O grande problema em questão é encontrar o reforço certo. Por ter investido cerca de 50 milhões de euros na dupla Akanji e Diallo para formar a defesa, é difícil que o Dortmund gaste altos valores em mais um jogador da posição. Além do mais, quebraria completamente o propósito da atual política de contratações do clube. Todos os quatro atuais zagueiros do elenco estão longe de terem atingido seus respectivos auges, e isso faz com que a chegada de alguém com mais bagagem, experiência na liga e, principalmente, compreensão do idioma local, contribua com êxito o verdadeiro propósito: colaborar mais fora do que dentro de campo.