
Power Ranking: temporada 2019-2020
No início da temporada nos propusemos um desafio: avaliar jogo a jogo todos os atletas do elenco do Borussia Dortmund. Essa tarefa exigiu alguns esforços, mas com isso conseguimos elaborar para vocês o ranking definitivo de desempenho dos que entraram em campo na temporada 2019-2020 com a camisa aurinegra.
A ideia do Power Ranking é básica: após cada partida os jogadores foram avaliados em uma nota de 0 a 10. A nota final é uma média de todas as notas obtidas nas partidas em que o indivíduo atuou dentre as 46 partidas do Borussia na última temporada. O prêmio é definido pela consistência: tem mais chances de se sair bem quem acumula notas médias do que um jogador com uma partida incrível em meio a tantas outras pífias. O resultado obtido não traz muitas surpresas, mas certamente você irá se impressionar com algumas das colocações.
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Despachado para o Hoffenheim ainda na metade da temporada, Bruun Larsen vinha de poucas e terríveis aparições. Apesar do potencial que muitos enxergavam (ainda enxergam?) no jovem ponta, pouco conseguimos extrair de sua tentativa de ascensão no Borussia. Não a toa virou banco também no novo clube.
Considerando que Bruun Larsen deixou o clube em janeiro, é possível afirmar que Nico Schulz foi o pior jogador do Borussia na temporada e isso ficou comprovado em nossas avaliações. Apesar das muitas oportunidades, viu Guerreiro voar solo e amargou o banco de reservas nos momentos mais decisivos. Está entre os prováveis negociados desta próxima janela. O lado bom é que atuou com consistência (ruim do começo ao fim do campeonato).
Por regra do nosso campeonato interno de jogadores, avaliamos todos que entraram em campo. Tobi Raschl subiu aos profissionais com um potencial tremendo, mas só conseguiu estrear na última rodada, contra o Hoffenheim. Fica para a próxima avaliação.
Balerdi é um mistério não desvendado. O Dortmund pagou caro, ficou um ano e meio no clube, atuou muito pouco e em posições diferentes. Atuou tão pouco que sequer podemos classificar como terrível, mas também não conseguiu qualquer destaque. Já foi despachado por Zorc para o Marseille por empréstimo com opção de compra fixada em 14 milhões de euros.
Infelizmente inesgotável, Schmelzer se aproveitou da debilidade de Schulz para ampliar sua estadia no Borussia Dortmund. Quietinho, foi um perigo como reserva da lateral-esquerda em boa parte da temporada, mas como de praxe não conseguiu entregar nada de bom nas oportunidades que teve.
Mais uma temporada, mas uma decepção que somamos com Mo Dahoud. O pecado da vez foi que no retorno da pausa do coronavírus parecia inteiro e capaz de performar em nível aceitável, mas uma nova lesão tirou o meio-campista de combate. Gostamos muito dele, mas não é possível enxergar mais uma oportunidade após tantas decepções, ainda mais com a sobra de talentos para a posição.
Oficialmente ex-jogador do Borussia Dortmund, Götze sempre foi muito mais avaliado pelo que poderia ou deveria oferecer, do que propriamente pelo que entrega ao time. Quando atuou na última temporada foi novamente incapaz de acrescentar ao setor ofensivo e ficou muito abaixo dos concorrentes. Na reta final da temporada jogou a toalha.
Goleiro de bom nível, teve duas sequências de partidas na temporada por conta de duas lesões de Bürki. Não compromete, mas também não enche os olhos. É um bom goleiro reserva. E bonito.
Até o finalzinho da temporada, Morey estava na rabeira do nosso Power Ranking. Boas atuações nas poucas oportunidades que teve para substituir Hakimi e tentar entregar valor ao time permitiram que subisse um pouco na classificação. Interessa muito saber até onde essa evolução pode ir. É uma das boas incógnitas da próxima temporada.
Assim como Bruun Larsen, Paco deixou o Dortmund em janeiro, mas seus gols garantiram que permanecesse firme em nosso Power Ranking. O desempenho foi aquém da temporada anterior e a inquietude relacionada a vontade de retornar para a Espanha fez com que o desempenho do atacante caísse demais. Começou a temporada voando, fez um agosto incrível e depois disso ladeira abaixo.
O eterno debate a respeito da qualidade de Bürki pode seguir sendo alimentado com o resultado deste ranking. Apesar de somar muitas atuações na média, as falhas em partidas cruciais seguem atormentando o suíço. Foram determinantes no baixo desempenho do goleiro em nossa classificação.
Mais um jogador que ganhou posições no final da temporada após começar mal na disputa. Piszczek somou boas atuações como zagueiro pela direita e foi importante para o Dortmund como fator estabilizador da defesa. A mudança de posição beneficiou o polonês, que enquanto lateral estava sendo um dos piores colocados.
Zagueiro ou meio-campista? A indecisão de Lucien Favre pode ter custado ao Dortmund um jogador que somou boas performances. Parece que pesou muito para Weigl a dificuldade em se firmar como titular absoluto, algo que conseguiu de imediato em Lisboa com a transferência para o Benfica. Entretanto, é outro que provou seu valor de alguma forma nos meses que ainda defendeu o clube aurinegro.
Nunca foi um defensor excepcional, mas isso não significa que tenha atendido as expectativas. Akanji falha muito mais do que deveria e também não desenvolveu tanto quanto era esperado. Perdeu a posição para o improviso de Piszczek e figura agora entre os negociáveis desta janela de transferências. Teve algumas atuações fora da curva que impediram que ficasse ainda pior no ranking.
Ao falar em resultados inesperados da temporada, a ascensão de Reyna é um dos principais pontos. Ganhou espaço nos treinos e de repente se tornou a primeira opção de Favre para o segundo tempo. Entregou mais do que se esperava de um debutante e deve crescer ainda mais na próxima temporada.
Como todo bom jogador de elenco, cumpre seu papel. Recurso para partidas mais duras e capaz de fazer o simples, Delaney agrada por ter um perfil mais simples e agregar em momentos em que falta força ao time, algo que Witsel ou Brandt não são capazes de fazer. Quando exigido, fez o que era esperado. Durante toda a temporada não somou nenhuma atuação trágica.
É bom ou é ruim? Esse problema agora é da Internazionale, que desembolsou uma grana alta para levar o marroquino. Em Dortmund fez muito, teve partidas brilhantes e também foi decisivo em momentos em que nada parecia dar certo. Mas também teve seus momentos de dificuldade e os altos e baixos impediram que terminasse a temporada um pouco melhor na nossa classificação.
Mais uma temporada típica de Marco Reus: bons números acompanhando os demais jogadores do setor ofensivo, mas uma oscilação que fica escancarada no cálculo da média e uma lesão que impediu a continuidade da temporada. É sem dúvida alguma um recurso importante do time. Um dos mais importantes? Aparentemente não.
Reforço que dividiu opiniões assim como as eleições presidenciais de 2018, começou na fogueira por conta de uma série de lesões no setor. Teve partidas muito boas e com isso garantiu um lugar em nosso top-10. A consistência e o brilho de algumas partidas em específico, como contra Bremen e Hertha, alavancaram Can na disputa.
Não fosse o início de ano preguiçoso, Thorgan certamente terminaria a temporada brigando pelo pódio. Mais um reforço desta temporada, entregou muito ao time, tanto em performance, quanto em números. Versátil e com muitos recursos, começou 2020 mal e desligado, mas após a pausa do coronavírus recuperou a boa forma.
Witsel passou a primeira metade da temporada inteira entre os três melhores em nosso ranking, mas caiu muito após a virada do ano. Sua importância não diminuiu, mas o belga teve uma queda de produtividade visível, deixou de fazer partidas exuberantes para fazer o básico – e fez bem. Um dos principais recursos da espinha dorsal do time de Favre.
De quase negociado a unanimidade da torcida, é a maior volta por cima que tivemos na temporada que passou. O Dortmund contratou Schulz para ser titular e no apagar das luzes da janela deixou de vender Guerreiro, renovou seu contrato e deu mais um voto de confiança. Após a mudança para a defesa com três zagueiros, Rapha se tornou protagonista e termina a temporada como um dos melhores da posição em toda a Europa.
Sempre acima da média, Hummels tomou uma decisão arriscada ao após todas as fichas em um retorno para o Borussia Dortmund. Mesmo com o pé atrás da torcida e o clima hostil, demonstrou que tem uma mentalidade diferenciada e provou dentro de campo seu valor. É indiscutível que elevou o patamar de todo o sistema defensivo do time.
Talvez a maior surpresa do ranking (inclusive para nós), Daxo é um exemplo de regularidade. Muitos ainda têm algumas dúvidas em relação ao francês, mas a produtividade do defensor subiu muito com a chegada de Hummels e o lado esquerdo se tornou o mais forte da defesa do Borussia Dortmund. Dá para chamar de subestimado.
Mais recuado, na armação ou no ataque, Brandt fez de tudo um pouco na temporada. Foi capaz de dar organização ao time, criar gols importantes e protagonizar momentos de êxtase – como no gol diante do RB Leipzig. O terceiro lugar é prêmio para o jogador, que parece ser um recurso a ser aproveitado por muitos anos.
Um semestre foi suficiente para que Håland se firmasse como elemento chave para o Dortmund. Provou ser o centroavante que o time tanto procurava e entregou resultados imediatos, não apenas nas partidas mais fáceis, mas também nos principais confrontos. Alta produtividade e eficiência na frente do gol permitiram que o noruguês superasse os concorrentes com relativa facilidade até chegar ao nosso pódio.
Se alguém tinha alguma dúvida em relação ao primeiro colocado, pode ficar tranquilo: os números de Jadon Sancho são absolutos. Novamente com um desempenho de primeira prateleira, o inglês liderou e inspirou o Borussia Dortmund em seus piores dias. Foi sem dúvida alguma o melhor jogador do time na temporada 2019-2020 – e esperamos que possa ser também na próxima.