
Permanência de Guerreiro é ótima, mas falta uma decisão definitiva
Mesmo após o fim da janela de transferências, o Borussia Dortmund ainda enfrenta alguns impasses que podem ser decisivos no futuro da temporada. O problema da vez nas mãos de Michael Zorc tem nome e sobrenome: Raphaël Guerreiro. O lateral-meia-esquerdo dispõe de contrato até 2020 e, se não renovar, poderá assinar um pré-contrato com qualquer equipe a partir de janeiro.
Por conta do contrato próximo de expirar, uma saída ainda não está descartada, mas há um otimismo muito grande dentro do clube de que acontecerá renovação, o que manteria Guerreiro no clube por mais algumas temporadas. A situação não é novidade para o Borussia Dortmund, que teve como caso notório mais recente a perda de Robert Lewandowski sem custo para o Bayern de Munique, e vendas forçadas, como os casos de Henrikh Mkhitaryan e Mats Hummels.
Para tentar mudar o possível pior cenário, o Borussia busca renovar o contrato do jogador. De acordo com o Bild, a proposta gira em torno de um contrato de três anos com o um salário de cerca de 5 milhões de euros anuais, rendimento 66% maior do que o vínculo atual. Vale lembrar que, na última janela de transferências, Guerreiro esteve bem próximo de acertar sua ida ao PSG, atualmente comandado por Thomas Tuchel. O negócio acabou indo adiante devido a pressão do Fair Play Financeiro sobre o clube, problema agravado com a permanência de Neymar.

Entre todas as circunstâncias, é preciso analisar o caso com uma perspectiva diferente, visto que mesmo sendo complexo, está mais próximo de uma provável resolução positiva do que negativa. No entanto, sem entrar nas questões financeira, o lado esportivo de Guerreiro tem de ser levado em consideração, uma vez que chegou do Lorient há três anos e nunca se firmou no time titular.
Passado o tempo sob o comando de Thomas Tuchel, quando jogou de lateral-esquerdo a meio-campista, o português continua vivendo um dilema estranho no Borussia Dortmund. De todos os treinadores que chegaram a treiná-lo, poucos lhe deram sequência na sua posição de origem e para a qual foi contratado: a lateral-esquerda – mesmo que pela Seleção de Portugal continue atuando no lado esquerdo da defesa.
Com Lucien Favre, que deixou claro logo após os primeiros treinamentos que não o enxergava como um lateral, passou a ser escalado como meia-atacante, também pela esquerda. Alternando entre jogos bons e ruins, Guerreiro teve mais tempo de jogo e até atuações médias para boas em boa parte da última temporada. A boa participação contra o Bayern de Munique na Supercopa, porém, inspirou confiança da torcida em torno do rendimento do camisa 13.

Aos 25 anos, Guerreiro já provou ser uma peça essencial para o elenco. Podendo atuar em todas as posições do lado esquerdo, tanto ofensiva, quanto defensivamente, além de também poder ser meio-campista central, Guerreiro recebeu uma justa e compatível oferta de renovação do Dortmund. Apesar dos rumores indicarem que não planejava aceitar, buscando ser vendido ainda na última janela, só restaram duas opções: renovar e entrar em um acordo para ser vendido ainda essa temporada, apenas para não deixar o Dortmund de graça, ou renovar com a intenção de permanecer no longo prazo.
De momento, a postura do Dortmund de não ter lhe vendido indica que o clube está mais próximo da renovação. Segundo o Ruhr Nachrichten, a situação deve ser resolvida e anunciada na sua volta das partidas com a Seleção Portuguesa. Logo, há um otimismo em torno da permanência de Guerreiro, que mesmo vinculado no papel com possibilidade de pedir para sair, estará em uma situação invertida ao que era há algumas semanas, dependendo do Borussia Dortmund.
Ao Dortmund, caso mesmo assim o jogador não permaneça, será uma perda sentida, mas não insuperável. O status atual do português é de rotação, sendo um reserva ativo e opção útil em diversas circunstâncias, mas não é uma perda irreparável. Diferentemente de anos anteriores, há reposição a altura ou até mesmo melhor dentro do próprio elenco. Se ficar, ótimo para ambos. Se não ficar, também não será um grande problema, ainda mais se for possível vendê-lo por uma quantia aceitável.