Guia aurinegro da Bundesliga
Vai começar mais uma jornada para o Borussia Dortmund. Prestes a entrar em campo para mais uma temporada da Bundesliga, o clube aurinegro se preparou como pôde, trouxe reforços, se desfez de jogadores, promoveu algumas mudanças importantes e manutenções necessárias. Mas como chegam os outros times para a disputa?
Uma dúvida deve ser recorrente: se o Muralha Amarela é sobre o Borussia Dortmund, por que elaborar um guia mais amplo de toda a liga? A resposta deveria ser tão óbvia quanto a pergunta. Entender quais são as chances do Borussia e quais os obstáculos que o clube terá pelo caminho passa obrigatoriamente por conhecer os adversários. Para isso, trazemos uma análise pontual de cada um dos clubes que o time comandado por Lucien Favre terá pela frente na temporada 2019-2020.
A análise é extensa pois aborda todos os outros 17 clubes da Bundesliga, mas consiste em um breve relato sobre os principais aspectos de cada time, com um panorama do elenco, principais características, os destaques, além dos pontos fortes e fracos. Introduzimos também o Vacilômetro, que consiste na probabilidade que o Borussia Dortmund tem de perder pontos para o adversário em questão. A escala é baseada na qualidade desse concorrente na atual temporada e no histórico recente do Borussia contra a referida equipe. Quem é aurinegro sabe: alguns duelos começam perdidos.
Confira abaixo o material que produzimos para você se preparar para a temporada.
Augsburg
O Augsburg não conta historicamente com times muito fortes, mas é um dos clubes pequenos que tem conseguido se manter com firmeza na elite alemã. Consolidado como time de meio de tabela, tem passado longe do desespero do rebaixamento e proporcionado duelos difíceis para quem disputa a parte de cima da tabela. Em 2019-2020 não deve ser diferente. Sempre alçando voos rasos, abaixo do radar das grandes ameaças, investe mais uma vez em atletas jovens, mas com rodagem e baixo custo, proporcionando um elenco equilibrado para o técnico Martin Schmidt.
Para a temporada que se aproxima, o time buscou reforços providenciais. Encontrou nos tchecos Tomas Koubek, goleiro, e Marek Suchy, zagueiro, opções para dar estabilidade ao sistema defensivo. Trouxe ainda o lateral-esquerdo brasileiro Iago, destaque do Internacional e que deve ser titular. Com as permanências de destaques como Philipp Max, Gregoritsch, Marco Richter e Finnbogason, o time ganha a continuidade do trabalho que deu conta do serviço nas últimas temporadas. Como nota negativa, o time perdeu Koo Ja-Cheol, que foi para o Al-Gharafa e coloca fim a uma grande era de trocadilhos.
Koubek – Teigl, Gouweleeuw, Suchý, Iago (Pedersen) – Baier, Gruezo – Hahn (Richter), Gregoritsch, Philipp Max – Finnbogason (Niederlechner).
Tradicionalmente o Borussia Dortmund deixa pontos pelo caminho contra o Augsburg. Nas últimas três temporadas, o clube aurinegro venceu apenas dois dos seis confrontos entre as equipes, somando três empates e uma derrota. Sempre com duelos acirrados, o Dortmund só conseguiu vencer as duas partidas, turno e returno, uma vez nos últimos sete anos. Mesmo perdendo o nosso carrasco Ji Dong-Won, o FCA ainda promete dar trabalho ao Borussia.
Bayer Leverkusen
Guiado pelo ex-técnico aurinegro Peter Bosz, o Bayer Leverkusen tem acumulado temporadas de extrema irregularidade. De um modo geral, o time conta um ataque altamente produtivo e uma defesa marcada pelas falhas e alto índice de gols sofridos, o que vem há alguns anos comprometendo a condição do clube de competir por um espaço no topo da tabela. Para essa temporada o ataque segue sendo o ponto alto da equipe, todavia a defesa ainda é fonte de preocupação para o torcedor Werkself – algo que com Bosz não teria como ser diferente.
Após perder Julian Brandt para o Dortmund, o clube abriu os cofres para investir na contratação de Kerem Demirbay, ex-Hoffenheim, que assume a camisa 10 e a responsabilidade de dar suporte aos jovens do ataque. Também do Hoffenheim chegou Nadiem Amiri, além do extremo Moussa Diaby, revelação do Paris Saint-Germain. A esperança da equipe, porém, segue depositada na sensação Kai Havertz, que parte uma temporada de consolidação antes da transferência milionária que inevitavelmente o aguarda nos próximos anos. Time forte e que deve brigar na parte de cima da tabela, mas que depende de solidez defensiva para chegar na zona da Champions.
Hradecky – Weiser, Tah, Dragovic (Retsos), Wendell – Havertz, Aránguiz (Bender), Demirbay – Bellarabi, Volland, Bailey.
Apesar de conseguir montar bons times, o Bayer Leverkusen tem sido generoso com o Borussia Dortmund. Nos últimos cinco confrontos levou 18 gols do time aurinegro e somou apenas um ponto, com quatro vitórias do BVB. O risco consiste pura e simplesmente na qualidade do grupo para a temporada, porque se depender do histórico não deve proporcionar grandes surpresas.
Bayern de Munique
O Bayern de Munique começa a temporada com um elenco enxuto, mas não confundam isso com fraqueza. Mantendo a base dos últimos anos, o time pode ter perdido Hummels, James Rodríguez, Robben e Ribéry, acaba ficando sem Leroy Sané, mas mantém seus atletas mais importantes na campanha do título na temporada passada. O elenco é mesmo curto, mas tem boas peças de reposição no setor ofensivo e atletas que se lesionam com pouca frequência no ataque, o que deve ser suficiente para mais uma forte temporada – pelo menos nas partidas domésticas.
Com um elenco não muito pior, o Bayern foi capaz de tirar uma diferença de nove pontos em relação ao Dortmund na virada do turno da última Bundesliga, e isso é resultado de um elenco forjado para confrontos difíceis e uma mentalidade forte para encarar adversidades durante a temporada. O Borussia precisa copiar algumas páginas do manual do Bayern e o torcedor não se iludir, tendo a consciência de que o clube de Munique segue sendo adversário a ser batido, e não o contrário. A derrota na Supercopa não pode enganar ninguém: os bávaros novamente começam a liga com favoritismo, ainda que seja menor do que nos últimos anos.
Neuer – Kimmich, Süle, Hernández, Alaba – Thiago, Goretzka, Tolisso (Martínez) – Gnabry, Lewandowski, Coman.
Tudo contra o Bayern de Munique é difícil, não importa o que digam o faro e a coragem do torcedor. O que tem acontecido nos últimos é um ciclo que se repete: uma vez por temporada o Borussia Dortmund consegue se sair bem, em outra é esmagado, e pelo menos um dos confrontos é chato e ruim para ambos. O Borussia venceu na Supercopa, será que tem fôlego para ganhar na liga? Acreditar em pelo menos uma derrota no confronto direto acho que é aposta certeira.
Borussia Mönchengladbach
Depois de uma temporada positiva com o carrancudo Dieter Hecking, o Borussia Mönchengladbach muda de direção ao contratar Marco Rose como novo técnico. Destaque comandando o Red Bull Salzburg, adepto do toque de bola, variedade na construção de jogadas, trocas de posições e muita movimentação no setor ofensivo. A projeção é de que monte um time muito agradável de se assistir e promova uma mudança radical de comportamento dentro das quatro linhas.
O elenco não mudou muito e é bom o suficiente para dar ao novo técnico chance de prosperar. Mesmo perdendo Thorgan Hazard para o Dortmund, o time manteve os demais destaques e reforçou setores importantes, como a lateral-direita com Lainer e o ataque com Embolo e Marcus Thuram. O meio-campo com Neuhaus e Zakaria deve ser novamente o ponto forte do time. Pode travar um duelo duro por uma classificação à Champions League. É definitivamente material para o top-4.
Sommer – Lainer, Ginter, Elvedi, Wendt – Neuhaus, Strobl (Kramer), Zakaria – Stindl – Pléa, Thuram (Embolo).
É um dos adversários perigosos da temporada. Nos últimos dez encontros, o Dortmund ficou em uma situação confortável, venceu nove jogos, perdeu um e marcou 27 gols. Todavia, o novo M’gladbach pode quebrar essa sequência. Acredito que vai brigar na parte de cima da tabela e tem todas as ferramentas necessárias para gerar problemas ao time aurinegro. Assim o marcador do vacilômetro fica meio lá, meio cá. A conferir.
Eintracht Frankfurt
Adi Hütter fez um trabalho excepcional na temporada passada extraindo o melhor de um elenco, digamos, limitado. Com jogadores em baixa e talentos que ainda não tinham se firmado, foi longe na Europa League e fez uma campanha de respeito na Bundesliga enquanto houve fôlego. É na criatividade do treinador que reside atualmente a maior força do Eintracht Frankfurt.
Perder Luka Jovic e Sébastien Haller é algo que inevitavelmente deve abalar o desempenho do time, porém o mais preocupante é que a reposição ficou por conta de muitas apostas e uma confiança exacerbada em Dejan Joveljic. Pode dar certo, mas o Frankfurt brinca com a própria sorte ao não utilizar o dinheiro faturado com a venda da dupla para buscar substitutos a altura. Deve ficar entre o meio de tabela e o flerte com a zona da Europa League.
Trapp – N’Dicka, Hasebe (Abraham), Hinteregger – da Costa, Rode (Sow), Kohr (Torró), Kostic – Rebic, Joveljic, Paciência.
Ultimamente o Eintracht Frankfurt não tem sido uma grande ameaça para o Borussia Dortmund e novamente não deve oferecer grandes perigos. Apesar de protagonizar partidas movimentadas, é um alvo acessível. É grande possibilidade do time aurinegro faturar mais seis pontos para sua conta.
Freiburg
O Freiburg não decepciona porque costuma não abusar das expectativas do seu torcedor. O grande segredo é começar toda temporada como um dos cotados a lutar contra o rebaixamento e aos poucos ir se afastando da zona de degola, até conseguir uma pontuação segura o suficiente para se livrar do risco, mas não o bastante para credenciar o clube a voos mais altos.
Tem sido assim com o time treinado por Christian Streich há anos, e na temporada 2019-2020 não será diferente. Com soluções caseiras para as deficiências no time e um elenco modesto, a atenção fica toda voltada para o ataque, onde o experiente Nils Petersen terá a companhia de Luca Waldschmidt, um dos mais empolgantes prospectos alemães da posição.
Schwolow – Schmid, Koch, Heintz, Günter – Kwon (Sallai), Frantz (Gondorf), Höfler, Terrazzino – Waldschmidt (Haberer), Petersen.
O Freiburg conseguiu marcar apenas seis gols contra o Dortmund nos últimos dez confrontos, perdeu oito partidas e empatou duas. A julgar pela preparação para a temporada, deve ser mais uma vez um adversário fácil para os comandados de Lucien Favre. O marcador do vacilômetro fica no volume mínimo, baixo risco.
Fortuna Düsseldorf
O Fortuna Düsseldorf foi uma tranqueira na temporada passada que, surpreendemente, passou longe da zona de rebaixamento. Não é uma questão de gosto pelo estilo de jogo, mas de elenco carente e futebol pobre. Dodi Lukebakio foi essencial e sem ele o Fortuna fica largado a própria sorte.
Com reforços alternativos como o goleiro americano Zack Steffen, que pertence ao Manchester City, o meia inglês Lewis Baker, e o ponta ganês Nana Ampomah, destaque do belga Waasland-Beveren, o Düsseldorf deve novamente dar tudo que tem para tentar permanecer na Bundesliga. Não acredito que consiga ir tão bem quanto na temporada 2018-2019, mas não deve ser rebaixado. É time para a metade de baixo da classificação.
Steffen – Zimmermann, Ayhan, Adams, Gießelmann – Karaman (Pledl), Sobottka, Morales (Stöger), Thommy – Kownacki, Hennings.
O Düsseldorf surpreendeu o Dortmund na temporada passada, mas isso não deve passar de um susto isolado. Mais um vez conta com um time bem abaixo do que pode ser considerado um risco iminente e o histórico do clube aurinegro no confronto é positivo. Duas vitórias são muito possíveis.
Hertha Berlin
Acostumado com o meio da tabela, o Hertha Berlin tem sido um time enjoado. Não tem reforços milionários e nem um grande craque no seu elenco, mas um grupo extremamente equilibrado e um estilo de jogo traiçoeiro com adversários mais ofensivos. É mais um clube que começa a temporada de técnico novo após a saída de Pal Dárdai.
Da própria base saíram os principais destaques do time, como Stark, Mittelstädt, Arne Maier, que conta ainda com os veteranos Salomon Kalou e Vedad Ibisevic, com 34 e 35 anos, respectivamente, para conduzir o ataque. Bons nomes como Grujic, Darida, Duda, Lukebakio e Dilrosun também devem ser importantes. Se o novo técnico conseguir explorar o potencial máximo do que tem em mãos, o time pode brigar na zona das competições europeias.
Jarstein – Klünter, Stark, Rekik (Torunarigha), Plattenhardt (Mittelstädt) – Arne Maier (Darida), Grujic – Kalou, Duda, Dilrosun (Lukebakio) – Ibisevic.
Há muito tempo o Borussia Dortmund não sabe o que é uma temporada sem tropeço contra o Hertha. A última vez que o Dortmund venceu o clube berlinense tanto no turno, quanto no returno, foi na temporada 2004-2005. Desde então não foram muitas derrotas, mas diversos empates e pontos importantes deixados pelo caminho. O histórico não mente: a probabilidade de vacilo é alta.
Hoffenheim
Depois de anos de ascensão guiado por Nagelsmann, o Hoffenheim tentará pelo menos evitar uma queda muito brusca de rendimento. Para que isso seja possível, terá que se recuperar das perdas de Nico Schulz, Demirbay, Amiri, Joelinton. O time que surpreendeu nos últimos anos não existe mais e o Hoffe precisa se readequar a nova realidade.
Da forma em que o time se encontra atualmente, começa a temporada como candidato a ficar na metade da tabela. Sem os destaques dos últimos anos, restam ao clubes bons coadjuvantes, como Kevin Vogt, Florian Grillitsch e Andrej Kramaric, que terão que arcar com o peso da responsabilidade e evitar uma queda meteórica. Dentro de campo acho que vai ser um time muito diferente em relação as temporadas passadas.
Baumann – Posch, Vogt, Hübner – Kaderabek, Rudy (Geiger), Grillitsch, Zuber – Bebou (Skov), Belfodil, Kramaric.
Nos últimos dez anos, o Dortmund conseguiu terminar uma partida contra o Hoffenheim sem sofrer nenhum gol apenas uma vez. Esse é um dado que precisa ler lembrado toda vez que a bola se aproximar da área aurinegra, mas para além disso acredito que o Borussia tem boas chances de passar incólume pelos dois confrontos. Sem Nagelsmann, o rendimento do Hoffe deve cair bastante.
Köln
Depois de uma temporada aos trancos e barrancos, mas que terminou com sucesso na 2.Bundesliga, o Köln retorna à elite. O time não mudou muito desde que deixou a primeira divisão: Horn no gol, Jonas Hector, Marcel Risse, Anthony Modeste – que foi e voltou. Elenco recheado e com rodagem para ajudar o time no que deve ser a meta: não voltar para a segundona de imediato.
Para cumprir essa missão, a equipe conta com o pragmático treinador Achim Beierlorzer e reforços ambiciosos, como o defensor belga Sebastiaan Bornauw, de apenas 20 anos, e os meias Skhiri, ex-Montpellier, e Verstraete, ex-KAA Gent. O clube gastou muito acima do esperado – dizem que o dobro do orçamento previsto – e tem elenco para corresponder às expectativas. Para isso, precisa de uma regularidade que ficou em falta na temporada passada.
Horn – Ehizibue, Meré, Bornauw (Czichos), Hector – Drexler (Schindler), Skhiri, Koziello, Kainz – Schaub (Córdoba), Modeste.
Nas últimas cinco temporadas, o Borussia Dortmund foi detido pelo Köln. Desde 2014, o Borussia só conseguiu vencer na temporada 2017-2018, quando ganhou no turno e no returno e os Bodes foram rebaixados. Antes disso, quatro empates e duas derrotas. A conferir com que força o Köln retorna para a primeira divisão, mas é mais um time que gosta de aprontar, então tem boas chances de complicar em pelo menos um dos confrontos.
Mainz 05
O Mainz 05 tem sido muito consistente no que diz respeito ao desempenho na Bundesliga: monta times com defensores talentosos, um meio-campo de muita imposição física e centroavantes que dão conta do recado. Assim, tem terminado na metade da tabela em praticamente todas as temporadas nos últimos anos – e vai tentar repetir a dose.
Para essa temporada o time perdeu o ótimo Jean Philippe Gbamin para o Everton e começa o campeonato sem o artilheiro Mateta, lesionado, o que é um golpe duro. Ainda assim, compensa as ausências com um sistema 4-3-1-2 muito bem estruturado ao longo dos últimos meses e solidez e consistência raras no médio-longo prazo para equipes desse porte. Tem tudo para fazer mais um ano seguro na metade da tabela de classificação.
Müller – Brosinski, St. Juste (Bell), Niakhaté, Martín – Kunde Malong, Latza (Baku), Fernandes – Boëtius – Onisiwo (Ji), Mateta.
O histórico recente do Borussia Dortmund contra o Mainz é muito bom e o time tem conseguido fazer atuações convincentes. Não é um dos adversários mais complicados, e a situação deve se repetir nessa temporada. As chances de tropeço são mínimas.
Paderborn
O Paderborn é um dos times mais fracos dessa edição da Bundesliga. Mesmo na campanha de sucesso na segunda divisão, o time foi mais longe do que se esperava e arrancou a duras penas a vaga na elite alemã. Terá que provar a todos que tem condições de disputar com os demais. A equipe vem de rebaixamentos e acessos consecutivos e parece gostar mesmo é de emoção.
O elenco é modesto, sem grandes investimentos ou atletas mais conhecidos. É um time pensado para jogar de forma objetiva, bem posicionado na defesa e atento nas transições em velocidade no ataque. Começa a temporada com a singela ambição de não ser saco de pancadas e terminar na lanterna, o que parece ser o destino mais provável.
Zingerle – Dräger (Jans), Strohdiek, Hünemeier, Collins – Gjasula – Pröger (Holtmann), Ritter, Vasialidis, Antwi-Adjei – Michel.
O Paderborn não só deve, como precisa ser um adversário fácil para o Borussia Dortmund. Com pretensões de ocupar o topo da tabela, perder pontos para um dos times mais fracos da liga nessa temporada e flertar com mais um ano perdido. Pode e deve ser um oponente incapaz de impor muitas dificuldades.
RB Leipzig
A contratação de Julian Nagelsmann é uma das transferências mais importantes da temporada e deixa o RB Leipzig cercado de expectativas. Será que o técnico que despontou no Hoffenheim é capaz de manter o bom desempenho? Será que é o treinador ideal para colocar o RBL no patamar de Bayern e Dortmund? Só saberemos daqui alguns meses.
A base é a mesma dos últimos anos, sem grandes vendas ou contratações, e isso dá um chão firme para o novo técnico começar seu trabalho. Podemos esperar algo não muito diferente das temporadas recentes: um futebol ofensivo, com muita variações táticas e com o RB Leipzig figurando sempre na parte de cima da tabela.
Gulácsi – Konaté, Upamecano, Orban – Klostermann, Laimer (Haidara), Kampl, Halstenberg – Forsberg (Sabitzer) – Poulsen, Werner.
Apesar de proporcionar partidas difíceis, o RB Leipzig tem sido um adversário com que o Dortmund tem sabido lidar muito bem nessas três temporadas de elite. O xis da questão é que Nagelsmann soube deter muito bem o Dortmund de Favre na última temporada, arrancando dois empates. Assim sendo, acredito que pelo menos um tropeço contra o RBL é previsível.
Schalke 04
O Schalke 04 tem passado por temporadas de adaptação. Com menos reforços de peso, sem competições europeias e soluções caseiras para os problemas dentro de campo, o time tem se adequado com conforto ao segundo escalão. Atualmente, está em um patamar abaixo dos times que concorrem por Champions e Europa League.
Para essa temporada a equipe contratou David Wagner, treinador que surgiu na base no Dortmund e fez sucesso com o Huddersfield na Inglaterra. Além disso, alguns bons reforços pontuais, como Ozak Kabak (Stuttgart) e Benito Raman (Fortuna Düsseldorf), encorpam o elenco após muitos contratações que exigiram alto investimento e deram pouco retorno. É um clube que busca se realinhar e precisa primeira encontrar a regularidade que faltou nos últimos anos, e tem time para isso.
Nübel – Kenny, Kabak (Stambouli), Nastasic, Oczipka – Mascarell (Serdar), McKennie – Caligiuri (Skrzybski), Harit, Raman – Burgstaller.
Apesar da superioridade notável e rendimento muito superior na tabela de classificação, o Dortmund conseguiu vencer apenas um dos últimos sete confrontos contra o Schalke 04. O time parece ficar pior a cada ano, mas mesmo assim o BVB não tem tido vida fácil. O potencial de tropeço é enorme se o Borussia repetir os apagões dos embates recentes.
Union Berlin
Para se aventurar na primeira divisão, o Union Berlin manteve os destaques da campanha de sucesso na segundona, mas se reforçou bastante. E por bastante, entendam por muito, mas muito mesmo: o time berlinense contará com 14 novos atletas para a temporada 2019-2020. O desafio é superar o dilema entre quantidade e qualidade – geralmente quem contrata no atacado costuma sofrer para encontrar a melhor forma, e quando consegue é tarde demais.
Na temporada passada foi uma equipe sem muito brilho, mas com grande eficiência. Com um futebol simples e objetivo, contará com um elenco muito jovem e a ajuda de alguns velhos conhecidos da liga, como Neven Subotic e Anthony Ujah. A tarefa entre os grandes, porém, é árdua. Começa com a simples missão de não voltar para a 2.Bundesliga.
Gikiewicz – Trimmel, Friedrich (Rapp), Subotic, Reichel – Prömel, Gentner (Schmiedebach) – Becker, Ingvartsen, Flecker (Gogia) – Andersson.
O Dortmund adora ser valente contra os times da parte de cima da tabela e terminar com algum tropeço inexplicável contra rebaixáveis, e o Union Berlin tem potencial para isso. Nas últimas três temporadas, o Union foi adversário do Borussia na Pokal duas vezes: em uma levou a partida para os pênaltis, em outra para a prorrogação. Não acho que irá travar duelos complicados na Bundesliga, mas como foi dito, tem potencial para isso.
Werder Bremen
Com um time envolvente, de amplitude, velocidade pelos lados e jovens atletas pra lá de interessantes, o Werder Bremen foi uma das sensações da última temporada. Mesmo com contratações modestas e apostas em figurões em baixa, como Sahin e Klaassen, o treinador Florian Kohfeld transformou o time em uma máquina com peças muito bem encaixadas.
Sem grandes reforços, deve apostar novamente nas soluções caseiras e os talentos que permanecem no clube, como o meia Maximilian Eggestein e o atacante Milot Rashica. Começa a temporada com muitas peças do sistema defensivo sofrendo de graves lesões e vai ter que se virar, mas é de se esperar que faça mais uma boa temporada, competindo na metade de cima da tabela.
Pavlenka – Selassie, Veljkovic, Moisander, Augustinsson – Sahin, Eggestein, Klaassen – Osako, Füllkrug, Rashica.
Nos últimos anos o Bremen tem sido uma pedra no sapato do Borussia. Além de vitórias apertadas por um gol de diferença, nos dois últimos anos o Dortmund só venceu uma partida contra o time Werderaner, empatando duas e perdendo outras duas. Como se não fosse o suficiente, na temporada passada Kohfeld mostrou em diferentes situações que sabe como deter Lucien Favre. A probabilidade de novamente arrancar pontos do clube é altíssima.
Wolfsburg
Depois de algumas temporadas de oscilação entre o topo e o meio da tabela e um futebol pouco convincente, o Wolfsburg vem de uma temporada de bons resultados e tenta quebrar a sina de clube irregular. Para isso, contratou o bom treinador austríaco Oliver Glasner e fez um mercado de transferências cirúrgico, com poucos, mas bons reforços para as posições mais carentes da equipe na última temporada. Além disse, não perdeu nenhum dos destaques da equipe.
Para o lado esquerdo, reforços brasileiros: o defensor Paulo Otávio e o ponta João Victor, ambos pedidos do técnico Glasner. O clube ainda contratou o ótimo lateral-direito suíço Kevin Mbabu, do Young Boys, e o disputado meia austríaco Xaver Schlager. Para o ataque, a promessa Lukas Nmecha é a alternativa a Weghorst, destaque em 2018-2019 e que deve ser novamente a principal arma da equipe. Tem tudo para ser uma força na parte de cima da tabela e fazer frente aos líderes.
Casteels – Mbabu, Brooks, Knoche, Roussillon – Arnold (Gerhardt), Guilavogui, Schlager – Mehmedi, João Victor (Malli) – Weghorst.
Apesar de proporcionar duelos duros e ser um adversário chato, o Wolfsburg não vence o Borussia Dortmund desde a decisão da DFB-Pokal da temporada 2014-2015. O retrospecto é ruim, com sete vitórias aurinegras e um empate nos últimos oito confrontos. Além disso, o último gol que o time marcou contra o Dortmund foi anotado em setembro de 2016. Baixo risco.