
A temporada do Borussia atingiu as expectativas?
Em mais uma temporada angustiante, o Borussia Dortmund amargurou decepções consecutivas em diferentes competições. Apesar do bom começo com o título da Supercopa, a equipe comandada por Lucien Favre caiu precocemente, mais uma vez, em torneios mata-mata, como a Copa da Alemanha e a Champions League. Além disso, a campanha na Bundesliga seguiu a linha dos últimos anos e esteve longe de alcançar as expectativas, com mais um vice-campeonato na conta e um gosto amargo de que poderia mais.
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Supercopa
Com um time titular bastante modificado em relação ao que terminou esta temporada, o Borussia surpreendentemente conquistou a última edição da Supercopa ao vencer o Bayern de Munique, por 2 a 0, em pleno Signal Iduna Park. Os únicos gols do duelo foram marcados por Paco Alcácer e Jadon Sancho. Aliás, os principais destaques aurinegros, por incrível que pareça, estiveram na modificada defesa, que contou com Hitz no gol, Akanji e Toprak no miolo de zaga, e Piszczek e Schulz nas respectivas laterais direita e esquerda.
O meio-campo composto por Witsel e Weigl foi responsável por municiar o quarteto ofensivo envolvendo Sancho, Guerreiro, Reus e Alcácer, que também obteve boa atuação. Portanto, no geral, a expressiva vitória só foi possível pela aplicada performance individual de jogadores que viriam a ser negociados no decorrer da temporada, como os casos de Toprak, Weigl e Alcácer. Inclusive, do ponto de vista coletivo, a equipe comandada por Favre manteve a crescente do período anterior e aparentou estar pronta para desafiar a hegemonia nacional do Bayern de Munique.
No caso, o título da Supercopa serviu para elevar as esperanças positivas para temporada do Dortmund, o que acabou sendo natural pela atuação dominante e, de certa forma, um tanto quanto prejudicial para o julgamento ilusório que viria a ser feito por veículos de imprensa, mídia e afins. Por outro lado, o feito superou as expectativas, uma vez que todos os caminhos levavam para mais uma conquista bávara, e se tornou o prêmio de consolação do torcedor aurinegro que, por sinal, é capaz de nem se lembrar mais.

Copa da Alemanha
A trajetória do Borussia na Copa da Alemanha pode ser resumida em uma única expressão: aos trancos e barrancos. A propósito, o clube aurinegro adentrou no torneio com a broxante vitória, por 2 a 0, sobre o KFC Uerdingen, clube da terceira divisão alemã. Em seguida, como de praxe, não teve sorte e foi sorteado para enfrentar o Borussia Mönchengladbach, ainda que no Signal Iduna Park. Com muito sofrimento e em grande atuação de Julian Brandt, os comandados de Favre venceram a partida por 2 a 1 e avançaram para as oitavas de final da competição.
No entanto, o destino foi cruel e colocou o Dortmund — mais uma vez — diante do Werder Bremen, que, curiosamente havia sido o responsável pela eliminação do clube na mesma fase da edição anterior da DFB-Pokal. E para variar um pouco, o Borussia sucumbiu diante do Bremen extremamente mal das pernas, que voltou a ser uma pedra no sapato e venceu a partida ocorrida no Weserstadion pelo placar de 3 a 2.
Sem mais delongas, a participação do Borussia Dortmund na Copa da Alemanha pode ser considerada um vexame. Do ponto de vista da espera por bons resultados, a performance do time aurinegro na competição foi a pior dentre todas as outras, visto que se tratava da principal oportunidade de título na temporada e acabou sendo eliminado sem demonstrar grandes virtudes individuais e coletivas.

Champions League
Na presença dos diferentes contextos de um grupo bem equilibrado e de um adversário mais poderoso, o percurso do Dortmund na Champions League pode ser visto como aceitável. A equipe conseguiu bater de frente com Barcelona, Inter de Milão e Slavia Praha, com algumas ressalvas em relação aos pequenos erros em detalhes cruciais, como o empate, em 0 a 0, com a equipe espanhola no Signal Iduna Park e a derrota, por 2 a 0, para o respectivo time italiano no Giuseppe Meazza.
Como conseguiu se classificar na segunda colocação do grupo, era esperado que o Borussia enfrentasse um adversário fortíssimo e que possivelmente seria favorito no duelo. E assim aconteceu com o doloroso sorteio perante ao Paris Saint-Germain, que é uma equipe considerada mais forte que o próprio time alemão e, teoricamente, chegava mais pressionada para obter um bom resultado, uma vez que vinha de consecutivas eliminações precoces na competição.
De antemão, o favoritismo era todo do PSG por todos as questões envolvidas, desde elenco, pressão, resultados recentes naquela época, etc. Em contrapartida, o Borussia conseguiu uma enorme atuação e, consequentemente, um expressivo resultado ao derrotá-lo, por 2 a 1, na partida de ida ocorrida no Signal Iduna Park. A partir disso, as expectativas do confronto mudaram e a equipe aurinegra passou a ser favorita para avançar de fase no torneio. Contudo, não foi capaz de segurar o resultado no Parc des Princes e caiu diante de Neymar e companhia limitada após perder pelo placar de 2 a 0.
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Independentemente de tudo e todos, o objetivo do Borussia Dortmund, na Champions League, era chegar até as quartas de final e ver o que fosse possível fazer. Embora não tenha sido possível, é compreensível pelo grau de dificuldade encontrado nas diferentes fases do torneio, mas não deixa de ser decepcionante pelo contraste de atuações que acabou performando no decorrer das partidas contra o PSG.

Bundesliga
Em mais uma montanha-russa de altos e baixos, é possível afirmar que o Dortmund esbarrou nas suas próprias limitações para desperdiçar a oportunidade de conquistar a Bundesliga. Com um Bayern de Munique extremamente enfraquecido sob o comando de Nico Kovac, o clube aurinegro deixou de somar pontos importantes contra adversários de menor expressão nas rodadas iniciais, chegando a empatar por três vezes consecutivas com Eintracht Frankfurt, Werder Bremen e Freiburg. Além do mais, quando enfrentou a equipe bávara, que ainda estava longe do melhor nível coletivo, foi goleado e demonstrou estar despreparado para assumir a dianteira do futebol nacional alemão.
Depois da mudança para o esquema tático de 3-4-3, o time comandado por Favre conseguiu encontrar um balanço mais equilibrado e parecia ter se acertado para o decorrer da temporada. Entretanto, embora o maior obstáculo tenha sido os pontos perdidos para equipes menos qualificadas, o Borussia também não conseguiu sobressair em jogos grandes, como no empate por 3 a 3 com o RB Leipzig no Signal Iduna Park e nas derrotas por 4 a 3 e 1 a 0 respectivamente sofridas para Bayer Leverkusen, na BayArena, e Bayern de Munique, no próprio estádio aurinegro.
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De um modo geral, o elenco elevou o patamar técnico no decorrer da temporada com as chegadas de Erling Braut Håland e Emre Can, algo que automaticamente fez com que o sarrafo subisse e a esperança pelo título aumentasse ainda mais. Além disso, o alto investimento na folha salarial com os reforços de Julian Brandt, Thorgan Hazard e Nico Schulz também foi responsável por amplificar a esperança da torcida aurinegra, que percebeu — corretamente, diga-se de passagem — a elevação de patamar do elenco profissional do clube.
Entre pontos positivos e negativos, a jornada do Borussia Dortmund na Bundesliga decorreu de uma maneira decepcionante, mas poderia ser pior. Ainda assim, a classificação para a próxima edição da Champions League está longe de anular os erros do passado recente que ainda constam no presente, com a manutenção de Lucien Favre como principal divisor de águas no julgamento das expectativas aurinegras para o enigmático futuro.
